Avanço da reforma da Previdência foi vitória da boa política

É uma inegável conquista para o Planalto, com o progresso da agenda de corte de gastos. Aprovação também mostrou o envolvimento que se espera do Congresso

Publicado em 11/07/2019 às 22h53
Plenário da Câmara dos Deputados aprova texto-base da reforma da Previdência . Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Plenário da Câmara dos Deputados aprova texto-base da reforma da Previdência . Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

A reforma da Previdência avançou na Câmara com uma votação esmagadora, uma guinada visivelmente apoiada por um processo de articulação que conseguiu reduzir significativamente seu estigma. Esse exorcismo tem sido fundamental para consolidar o convencimento sobre a inevitabilidade da mudança nas regras de aposentadoria. Funcionou entre os parlamentares, que deram 379 votos em favor da reforma, enquanto 131 se posicionaram contra. Houve até mesmo corajosas dissidências em legendas que se blindaram contra a PEC, infidelidade que pode levar à expulsão dos quadros. A convicção desses deputados, contudo, falou mais alto.

Acima de tudo, a aprovação foi uma vitória da política, com o envolvimento que se espera do Congresso. Uma inegável conquista para o Planalto, com o progresso da agenda de corte de gastos do ministro Paulo Guedes, mas com os louros para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que viveu a sua merecida apoteose. Foi o principal articulador da reforma, e não é exagero afirmar que, sem ele, não teria sido tão fácil.

Antes da divulgação do resultado, Maia discursou com o porte de um estadista, por sua capacidade de enxergar os problemas do país, distanciando-se da miopia dos que teimam em negar a necessidade de um novo sistema previdenciário, mais ajustado com o fortalecimento do Estado brasileiro e, por consequência, com a própria democracia.

“Investidor de longo prazo não investe em país que ataca as (próprias) instituições”, resumiu. O Brasil só será atraente a investimentos com equilíbrio fiscal e institucional. Investimentos esses que se materializam em mais emprego e renda, justamente o que o país precisa neste momento.

O texto aprovado na quarta-feira é a mais significativa alteração previdenciária já realizada, principalmente pelo estabelecimento da idade mínima. Mas alguns setores do serviço público, fortalecidos por grupos de pressão, conseguiram manter privilégios, em detrimento do setor privado. Nas próximas etapas de tramitação, não pode continuar sendo desidratada.

É um avanço do ponto de vista fiscal que ainda não será capaz de fazer a justiça social que se esperava, pois careceu de uma distribuição mais equânime dos sacrifícios. Mesmo assim, dá para afirmar sem medo que o país está fazendo história.

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