Quando Jair Bolsonaro, ainda candidato à Presidência, prometia defender a família como instituição, ninguém poderia imaginar que ele levaria tão a sério a ponto de blindar os seus familiares. Ao admitir, sem meias palavras, que não vê objeções em beneficiar um filho, como na indicação de Eduardo Bolsonaro a embaixador de Washington, Bolsonaro rompe o contrato com seu próprio eleitor.
Dá continuidade descaradamente à sina brasileira de não impor limites entre o público e o privado para os que detêm o poder. O presidente chegou ao Planalto após uma incontestável caminhada democrática, com 57,7 milhões de votos, defendendo com veemência novas práticas políticas, que rompessem também com a tradição patrimonialista. Mas, com poucas palavras, conseguiu implodir o próprio discurso.
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Ao contrário do que diz o presidente, questionar o abuso de poder evidente não é mera crítica pela crítica. Bolsonaro diz: “Vou defender meu filho”. Como pai, tem esse direito, se não há implicações na vida pública do país. Como presidente, está completamente equivocado. A defesa que tem a obrigação de fazer é a dos interesses da população brasileira.
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