BR 262, Leitão da Silva e Leste-Oeste: é caos para toda obra

Ainda não se encontrou o remédio para a dor de cabeça provocada pelas obras públicas: projetos podem ser abandonados, entregues pela metade ou simplesmente malfeitos

Publicado em 18/07/2019 às 21h09
Obras de duplicação da BR 262. Crédito: Divulgação | DNIT
Obras de duplicação da BR 262. Crédito: Divulgação | DNIT

Obras públicas – federais, estaduais e municipais – são uma grande dor de cabeça do Brasil. Consolidaram-se como sumidouro de dinheiro da população e desrespeito a compromissos. Adiamentos começam previamente. A partida dos serviços costuma ser retardada por uma série de fatores, como demora em licenciamentos, incerteza de recursos e jogo de interesses políticos.

A partir daí, o cumprimento do cronograma é exceção. Comum é o atraso, alimentado por várias fontes: irregularidades nos projetos básico e executivo, falhas na gestão e fiscalização das obras, resultando desperdício de recursos e corrupção, como comprovou a Lava Jato.

Existem casos em que o governo simplesmente abandona o projeto. O Espírito Santo vive esse drama. Há exatamente um ano, A GAZETA publicou matéria relatando o temor de empresários sobre possível suspensão da duplicação da BR 262, por falta de verba federal. É exatamente o que está sendo anunciado agora: por esse motivo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) declara que não vai continuar a obra, prometida desde 2006. São 13 anos travando a logística no Estado. A concessão do trecho, hoje anunciada, deveria ter ocorrido há muitos anos.

Há outros casos frustrantes. Um deles é a entrega de obras com grande atraso em relação ao cronograma inicial. A Avenida Leitão da Silva, palco de transtornos à população e fortes prejuízos ao comércio, ainda não foi inaugurada, mas teve as pistas liberadas nesta semana, ainda sem sinalização horizontal e sem a ciclovia. A remodelação começou em janeiro de 2014, com previsão de término em maio de 2015. O custo saltou de R$ 50 milhões para R$ 115 milhões.

Uma terceira situação é a que mostra a degradação das condições de uso de obra recém-inaugurada. A Leste-Oeste, uma rodovia que demorou 11 anos para ser entregue à população, tem sérios problemas e sinais de abandono com apenas sete meses de vida. Há desníveis no asfalto, faltam sinalização e iluminação, e o lixo se acumula às margens da pista. O investimento previsto era de R$ 70 milhões, mas chegou a R$ 300 milhões.

Por falta do dinheiro, o setor público já não faz projetos gigantescos, como no passado. Mas é preciso muita pressão da sociedade, para reprimir esse descalabro em obras de pequeno e médio porte.

A Gazeta integra o

Saiba mais
br 262

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.