Neste momento em que o Brasil tanto fala em impostos, em função do imbróglio da CPMF e da perspectiva de reforma tributária, uma antiga questão continua muito viva: como o poder público pode ser mais eficiente na aplicação do dinheiro do povo, arrecadado por meio de pesada carga fiscal?
No Espírito Santo, o governo do Estado colheu importantes indicações, por meio do debate com moradores de todas as regiões capixabas sobre o Orçamento de 2020 e o Plano Plurianual até 2023. O quesito segurança pública concentra o maior número de pedidos de investimentos. Dos 10.246 apontamentos feitos pela população, 1.846, o equivalente a 18%, foram para esse setor, refletindo o mal-estar provocado pela violência, em formas de assassinatos, assaltos, agressões, roubos, gargalos do sistema prisional e outras aflições.
Houve diminuição na quantidade de homicídios nos cinco primeiros meses de 2019, mas o cenário continua inaceitável. A média supera duas ocorrências por dia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, entre 1º de janeiro a 4 de junho deste ano foram registrados 449 assassinatos. São 72 menos que os 521 do mesmo período de 2018, mas ainda assim permanece clima semelhante ao de uma guerra.
Prioridade número um não significa ser a única. Durante as audiências para o Orçamento de 2020, a área de educação sobressaiu-se como a segunda mais demandada. Apontou-se como principal desafio elevar a qualidade do ensino visando a ampliar chances de colocação no mercado de trabalho, objetivando aumento da renda familiar.
Esporte, lazer e turismo formam a sequência de setores com grande quantidade de pedidos de investimento do Estado. O próprio governo vê nesse quadro a sensação da população de que a redução dos problemas de segurança passa por medidas diversificadas. Entende-se também que a atividade cultural poderá ajudar a reduzir a evasão escolar, não raramente ligada à entrada de jovens para o crime.
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