O deputado Euclério Sampaio (sem partido) foi escolhido para ser o relator do pedido de investigação em face de Capitão Assumção (PSL) na Corregedoria da Assembleia Legislativa, por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi apresentado pela Procuradoria Geral da Assembleia, no último dia 12, por conta do discurso feito por Assumção na véspera, oferecendo R$ 10 mil a quem matar o assassino da jovem Maiara de Oliveira Freitas (incitação à prática do crime de assassinato).
Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (24), o corregedor-geral da Assembleia, deputado Hudson Leal (Republicanos), distribuiu processos e, no caso de Assumção, decidiu instaurar uma comissão especial de inquérito, formada por três membros efetivos da Corregedoria. Além de Euclério, relator do caso, a comissão será composta pelos deputados Rafael Favatto (Patriotas) e Torino Marques (PSL, mesmo partido de Assumção).
Euclério, no entanto, acabou de passar por uma cirurgia cardíaca para colocação de dois stents e ainda está em fase de recuperação pós-operatória. Pelo que a coluna apurou, ele deu entrada novamente no hospital (o Cias da Unimed), nesta terça-feira.
Por telefone, segundo Hudson, Euclério relutou um pouco, mas acabou aceitando a relatoria do processo contra Assumção.
Quando Euclério retornar às atividades na Assembleia e na Corregedoria, a comissão especial será instaurada e convocará Assumção para tomada de depoimento. "Eles vão decidir se a denúncia tem procedência ou não e se veem indícios para instaurar um processo disciplinar. Se decidirem instaurar um processo, aí são os cinco membros da Corregedoria que vão decidir sobre esse processo", explica Hudson Leal.
Um dos três membros designados para a comissão especial, o deputado Torino Marques, além de ser da mesma sigla que Assumção, já antecipou juízo de mérito, declarando que não viu quebra de decoro por parte do colega. Sobre um possível impedimento regimental do deputado para compor a comissão especial de inquérito, Hudson foi sucinto: "Aí é ele quem tem que responder".
MAJESKI
Na reunião desta terça, Hudson também distribuiu dois pedidos de investigação por quebra de decoro parlamentar movidos contra Sergio Majeski (PSB). Nos dois casos, o corregedor também decidiu formar uma comissão especial.
A primeira denúncia, protocolada por um sindicato de advogados, ficará a cargo de uma comissão composta por Torino, Euclério e Marcelo Santos (PDT), tendo este último como relator.
A segunda, movida por um cidadão que pediu anonimato, ficará aos cuidados de comissão integrada por Rafael Favatto, Marcelo Santos e Torino, tendo o último na relatoria. Essa denúncia foi protocolada por conta da entrevista concedida por Majeski ao "Bom Dia ES" no dia 17 de julho, na qual o deputado definiu como uma "troca de gentilezas" a aprovação na véspera, na Assembleia, do polêmico projeto de lei do Ministério Público Estadual que autorizou o comando da instituição a criar até 307 cargos comissionados.
Hudson Leal decretou sigilo na tramitação desse processo.
Este vídeo pode te interessar
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.