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Delegado sobre crime contra professora: 'Uma morte extremamente violenta'

Delegado sobre crime contra professora: "Uma morte extremamente violenta"

O titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher, Janderson Lube, concluiu o inquérito e encaminhou à Justiça

Publicado em 19 de março de 2018 às 14:11

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Patrick é acusado de assassinar a esposa, a professora de Geografia Danielly Wandermurem Benício. (Reprodução/Instagram)

O delegado Janderson Lube, responsável pela investigação do assassinato da professora Danielly Wandermurem Benício, 35, no interior do apartamento onde morava, no bairro Jardim Camburi, em Vitória, afirmou que a morte da vítima foi "extremamente violenta". O acusado de ter cometido o crime, o engenheiro Patrick Noé dos Santos Filgueira, de 38 anos, está preso. O titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher concluiu o inquérito e encaminhou à Justiça.

Segundo o delegado, o laudo aponta que Danielly morreu por causa de uma hemorragia intracraniana causada por uma pancada na cabeça. As imagens do sistema de videomonitoramento do prédio ajudaram a polícia a concluir o caso. O marido dela, Patrick Noé, foi a última pessoa a deixar o apartamento no dia 29 e a voltar ao local no dia seguinte.

Com informações de Mayra Bandeira

POLÍCIA DESCREVE CENA DO CRIME

Segundo a polícia, o corpo de Danielly Wandermurem Benício, de 36 anos, que foi encontrada morta no apartamento onde morava, em Jardim Camburi, em Vitória, estava no pé da cama. Ela estava de bruços, sob um poça de sangue. Dentro do quarto, a polícia encontrou a janela aberta, o ar-condicionado ligado, o pé do criado mudo do casal estava quebrado e os dois porta-retratos virados para baixo.

Em outro cômodo haviam garrafas de cerveja, sendo uma delas vazia, mas o lugar não estava revirado. No lixo da cozinha os policiais encontraram caixas de remédios controlados vazias.

O corpo de Danielly estava de bruços, com os braços acima da cabeça. Ela estava vestida com um macacão laranja.

O laudo cadavérico da vítima aponta que ela foi morta por golpes contundentes na cabeça. Ela apresentava fraturas na face, além de lesões no tórax e pernas.

As marcas de sangue no chão indicavam que ela havia sido arrastada. Sob esse sangue com marcas de arrasto, se formou a poça, após a morte da vítima.

Gotas de sangue foram encontradas na parede, a cerca de 60 centímetros de onde estava o corpo. Também haviam gotículas no guarda-roupas, que estava a mais ou menos um metro de distância da vítima. Isso indica que ela foi golpeada enquanto sangrava, segundo o laudo.

Uma marca de sola de sapato com sangue foi encontrada ao lado esquerdo do corpo, no chão. Em depoimento, Patrick afirmou que o síndico pisou no local, antes da chegada da polícia, acidentalmente.

Delegado afirma que morte de professora foi extremamente violenta

JUSTIÇA ACEITA DENÚNCIA

A Justiça aceitou a denúncia contra o engenheiro Patrick Noé dos Santos Filgueira, de 38 anos, agora, acusado de matar a esposa, a professora de Geografia Danielly Wandermurem Benício, 36, dentro do apartamento do casal, em Jardim Camburi, Vitória.

O juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Sanches, em decisão publicada quinta-feira (15), determinou que o acusado fosse intimado para que apresente resposta à acusação, por escrito, no prazo de dez dias, podendo apresentar "tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação", descreve na decisão.

A Polícia Civil pediu que Patrick Noé continuasse preso. O Ministério Público concordou e o juiz Marcos Sanches determinou que ele continue na prisão "para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia da integridade física de testemunhas e familiares da vítima", escreveu na decisão.

O OUTRO LADO

Questionado pela reportagem do Gazeta Online sobre o a prisão preventiva e a denúncia recebida pela Justiça, o advogado do engenheiro, Bernardo Coelho Santana, afirmou que não tinha nada a declarar.

O CRIME

O engenheiro eletricista Patrick Noé dos Santos Filgueiras foi preso no dia 17 de janeiro durante a investigação sobre a morte da mulher dele, a professora de Geografia Danielly Wandermurem Benício, 36 anos, que lecionava em um colégio particular de Vitória. A investigação, que estava sob segredo de justiça, foi conduzida pelo delegado Janderson Lube, da Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher (DEHCM).

A professora foi encontrada morta no apartamento onde morava em Jardim Camburi, Vitória, no dia 30 dezembro de 2017. Num primeiro momento, a informação foi de que a mulher havia morrido por suicídio, mas a polícia não estava convencida disso e seguiu investigando o caso. Imagens das câmeras do condomínio ajudaram a polícia a esclarecer as circunstâncias da morte.

No final de janeiro, a Justiça negou, pela segunda vez, o pedido de soltura para o engenheiro Patrick Noé.

CRIME CHOCOU FAMÍLIA DE PROFESSORA

Crime chocou os familiares da professora. (Reprodução/Facebook)

“A gente nunca esperava uma coisa dessas”. A frase de um familiar da professora de Geografia Danielly Wandermurem Benício, 36 anos, mostra a surpresa dos parentes, amigos e colegas de profissão ao saberem que ela pode não ter morrido da forma que eles imaginavam.

Inicialmente, o caso foi tratado como suposto suicídio pelos investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção á Pessoa (DHPP), que atenderam a ocorrência no local.

Porém, no dia 17 de janeiro, 18 dias após a morte de Danielly, o marido dela, o engenheiro eletricista Patrick Noé dos Santos Filgueiras, 38, acabou preso, suspeito de assassinar a mulher.

Ao ser questionado se sabia que o motivo da prisão de Patrick era o fato dele ser suspeito de ter matado Daniely, o familiar confirmou. “Sim. Ficamos sabendo da prisão dele um dia depois que aconteceu. Para nós foi uma grande surpresa”, disse o parente, que não quis se identificar.

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O corpo de Danielly foi enterrado em Rio Novo do Sul, no Sul do Estado, onde a família dela reside.

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