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MPES vai apurar suposta omissão do governo do ES na greve da PM

MPES vai apurar suposta omissão do governo do ES na greve da PM

A decisão de abrir o inquérito é da procuradora-geral de Justiça em exercício, Elda Spedo, que no último dia 22 baixou portaria para que o MPES desse início às apurações sobre o caso

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 20:34

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(Gazeta Online)

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) instaurou inquérito civil para apurar suposta omissão do governo na greve da Polícia Militar, em fevereiro do ano passado. Na ação foram relacionados o governador Paulo Hartung (MDB) e integrantes do "núcleo político" do emedebista, como o secretário de segurança, Nylton Rodrigues, que, no início do movimento, havia assumido o comando da PM, e o ex-secretário André Garcia. Também foram citados no inquérito o ex-comandante da PM Laércio Oliveira, e o do Corpo de Bombeiros Carlos Marcelo D'Isep Costa. 

A decisão de abrir o inquérito é da procuradora-geral de Justiça em exercício, Elda Spedo, que no último dia 22 baixou portaria para que o MPES desse início às apurações sobre o caso. Procurado por meio da assessoria, o órgão não deu mais informações a respeito do inquérito. 

GREVE

O movimento grevista, de fevereiro de 2017, durou 22 dias e, ao longo desse período, foram mais de 200 assassinatos, inúmeros casos de saques ao comércio, com paralisação das aulas em escolas públicas e particulares. Sem policiamento nas ruas, a população se trancou em casa. 

Familiares de policiais, militares e associações da PM também já foram relacionados em ações do Ministério Público, algumas das quais chegaram ao Judiciário e começaram a ser apreciadas. Entre os militares, 25 foram expulsos, após processos administrativos, acusados de envolvimento no movimento grevista. 

Diante da abertura de novo inquérito pelo MPES, o governo foi procurado e se manifestou por meio de nota, apontando as circunstâncias em que o movimento começou e as medidas adotadas.

"A greve da Polícia Militar foi deflagrada em fevereiro de 2017, no exato momento em que o governador Paulo Hartung era submetido, em São Paulo, a uma cirurgia para retirada de um câncer na bexiga. Ao receber alta, o governador voltou para o Espírito Santo imediatamente e, mesmo com a saúde debilitada, conduziu pessoalmente uma solução para aquele momento difícil: intensificou o pedido de tropas federais no Estado e criou uma comissão para dialogar permanentemente com os manifestantes", destaca a nota.

E diz ainda: "Todas as medidas de interesse público foram tomadas pelo governo do Estado. Graças às ações adotadas aqui, o movimento não se espalhou para outros Estados. O que houve foi um movimento covarde, ilegal, pautado por interesses políticos e que custou a vida de muitos capixabas. Em abril de 2017 o Supremo Tribunal Federal, citando o caso do Espírito Santo, também reconheceu a ilegalidade de movimentos grevistas nas polícia."

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Para finalizar a nota, o governo ressalta que todos os esclarecimentos pedidos serão encaminhados ao Ministério Público. 

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