Ao anunciar que o comerciante Wagner José Dondoni de Oliveira, que estava previsto para sentar no banco dos réus, no Fórum de Viana, uma década após o acidente que pôs fim à vida de uma família, não iria ao julgamento marcado pela Justiça que começou às 9h51 desta segunda-feira (05), o advogado do acusado, Rogério Pires Thomaz, explicou os motivos de o cliente não comparecer.
Thomaz justificou a ausência do comerciante por direito ao silêncio e pelos traumas sofridos por Dondoni e a família dele nos últimos anos.
Por que o Dondoni não veio?
Só quem sabe da história dele, que não foi veiculado na mídia, sabe as verdadeiras motivações pelas quais ele não vai comparecer, sendo que isso é um direito dele. Porque a gente costuma falar que quem pode mais, pode menos. Se você tem o direito constitucional ao silêncio, você também tem o direito de não comparecer, que seria o mesmo de exercer o seu direto ao silêncio. E os traumas que ele e a família sofreram durante esses 10 anos ninguém sabe, porque a imprensa não veiculou certas coisas. Muitas delas que estão no autos, que vai ser hoje mostrado.
O que acontece com a não presença dele?
O julgamento acontece?
Acontece. O código de processo penal é claro. Desde 2008 teve uma reforma e tem que acontecer mesmo sem a presença dele. Com a ausência vai ocorrer o julgamento.
O senhor acha, pela sua experiência, que o julgamento conclui hoje?
Creio que sim. Há possibilidade de terminar hoje pelo número de testemunhas. A não ser que seja pedido algum tipo de diligência, que eu não sei se vai acontecer. Mas há possibilidade de terminar.
Quando o Dondoni tomou essa decisão?
Claro que a defesa ressalta que lamenta essa tragédia. A defesa obviamente não é insensível às três vida ceifadas nem o Wagner nunca foi. Mas, infelizmente, o Wagner nunca teve a oportunidade sequer de se pronunciar. Muitos dizem que procuraram o Wagner, mas ele não respondia. Na verdade, nos primeiros dias, há 10 anos, o Wagner, no entender dele, não teve um tratamento justo pela imprensa. A partir daí, ele não sentiu confortável e amedrontado também de comunicar com a imprensa.
Quantas testemunhas serão ouvidas hoje?
Provavelmente duas ou três.
O CASO
Dondoni foi denunciado pelo Ministério Público do Estado pelo homicídio de três pessoas, incluindo um adolescente e uma criança, e pela tentativa de homicídio do pai dos meninos, o cabeleireiro Ronaldo Andrade o único sobrevivente à tragédia. O comerciante chegou a ser preso na época e exames realizados dez horas após a tragédia constataram que ele estava embriagado.
Com informações de Vilmara Fernandes
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