O Ministério Público do Espírito Santo notificou o governo do Estado (MPES) e a concessionária que administra a Rodoviária de Vitória (Contermi) por atraso nas obras da rodoviária.
Segundo o Ministério Público, o cronograma da obra deveria ter sido entregue até o último dia 20 de janeiro, o que não foi feito. As intervenções também já teriam que ter começado, de acordo com o MPES.
A Promotoria de Justiça Cível de Vitória afirmou, em nota, que tem procedimento aberto para acompanhar e investigar o suposto risco de desabamento da estrutura que sustenta o antigo terminal aquaviário que fica ao lado da Rodoviária de Vitória.
Na época do laudo, o engenheiro Jaime Oliveira Veiga, que era coordenador do Grupo de Trabalho de Infraestrutura e Mobilidade Urbana do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), afirmou que além da parte localizada sobre o mar, outros trechos da rodoviária também poderiam cair em caso de colapso. Isso porque a estrutura metálica é uma só.
O Ministério Público informou que já fez várias reuniões com a concessionária que administra a Rodoviária de Vitória Contermi a Secretaria de Estado de Gestão de Recursos Humanos (Seger), a Procuradoria-Geral do Estado do Espírito Santo (PGE) e o Ministério Público do Trabalho.
Segundo a nota enviada pela assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado, o órgão recebeu o laudo do Corpo de Bombeiros, informando que não há risco de desabamento imediato, embora a situação do imóvel exija cuidados e providências. A concessionária disse ao MPES que iniciou uma obra de escoramento do telhado em novembro de 2018.
O governo do Estado diz que o escoramento da estrutura já foi concluído. Essa seria uma intervenção inicial que evitaria qualquer risco aos passageiros até uma obra definitiva de secção do telhado e isolamento do ponto desativado do aquaviário onde estão os pilares dentro da água , que é colado à rodoviária e é o trecho mais afetado pela corrosão provocada pelo mar. Essa intervenção deve começar nos próximos dias.
A concessionária que administra a rodoviária foi procurada pela reportagem, mas não respondeu o contato. Já o governo do Estado, apesar das imagens registradas por A GAZETA, garantiu que não há identificação de problemas na rodoviária. Afirmou ainda que em breve dará início às obras para segregação do piso e da cobertura que unem o aquaviário à rodoviária o que inclui os pilares corroídos. Disse que, concluída essa etapa, o governo terá tempo hábil para avaliar as intervenções necessárias à recuperação da estrutura do terminal aquaviário.
OPINIÃO DA GAZETA: PERIGO VISÍVEL
O que mais é preciso fazer para conseguir alguma reação do poder público? Mais de um ano de denúncias ainda não foi suficiente. E nem é preciso ser especialista para se assustar com o estado dos pilares da rodoviária. No laudo técnico do Crea-ES, o alerta de que intervenções são urgentes para evitar o colapso só confirma o que é visível. Milhares de usuários estão expostos ao perigo, numa estrutura prestes a completar 40 anos. A rodoviária necessita de mais atenção.
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