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Em missa, padre Kelder critica anistia a PMs e Reforma da Previdência

Em missa, padre Kelder critica anistia a PMs e Reforma da Previdência

Missa aconteceu no campinho do Convento da Penha, em Vila Velha, na manhã desta

Publicado em 29 de abril de 2019 às 14:11

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Homilia do padre Kelder Brandão, no campinho do Convento da Penha, em Vila Velha. (Internauta)

Na missa das Pastorais Sociais, uma das celebrações da Festa da Penha, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (29), no campinho do Convento da Penha, em Vila Velha, o padre Kelder Brandão usou o momento da homilia para criticar alguns aspectos dos governos estadual e federal, como a anistia aos policiais militares na Greve da PM, além de desaprovar o que ele chamou de "famigerada Reforma da Previdência". 

O sacerdote começou falando da importância das mulheres e comparou o sofrimento de tantas mães com a dor de Nossa Senhora, que viu seu filho ser crucificado e morto por poderosos da época.

"O golpe de lança que perfurou Cristo na cruz transpassou o coração de Maria, como as balas disparadas contra os corpos negros e pobres das periferias, traspassam o coração de milhares de mães capixabas que seguram no colo, sem vida, os corpos inertes dos filhos. A violência no Espírito Santo continua grande e junto com ela é grande o cinismo do Poder Público e de parcela da sociedade que em vez de enfrentar o problema com políticas públicas adequadas, optam por criminalizar os pobres e as periferias", disse o religioso. 

Durante a pregação, padre Kelder Brandão criticou abertamente a anistia concedida aos policiais, falou também sobre o morador de rua Wallace Rufino que recentemente foi mais uma vítima da violência ao ser espancado até a morte em Vila Velha. 

"Um morador em situação de rua, Wallace Rufino, foi espancado com socos e chutes até a morte em Vila Velha. Da mesma forma, uma das fundadoras da Pastoral do Povo de Rua e membro do Movimento Nacional de População de Rua, Rosângela Cândido, foi agredida em um coletivo de Vitória, por um policial, porque não tinha dinheiro para pagar a passagem de ônibus, que são subsidiados com dinheiro público, demonstrando que a integridade de um ser humano vale menos que uma passagem de ônibus no Espírito Santo."

Logo em seguida, o reverendo relacionou a pobreza com a Reforma da Previdência. "Em nosso Estado, a violência anda abraçada com a pobreza e ambas são filhas das desigualdades sociais. Um simples olhar pelas ruas e praças mostra que a pobreza extrema caminha a passos largos em nosso meio com a destruição das políticas de seguridade social no país e crescerá ainda mais com a famigerada Reforma da Previdência em curso", acrescenta.

Padre Kleber convidou os presentes a refletir, com questionamentos sobre os rumos que o país e a sociedade estão seguindo nos últimos tempos.

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"O que estamos fazendo com o nosso país? Que cristãos nos tornamos? Quando foi que Cristo nos ensinou a odiar e não a amar? A matar e não a defender a vida? A valorizar mais o dinheiro e o poder do que a vida dos semelhantes? Que sociedade é essa que estamos formando que troca livros por armas? Que troca a paz pela violência? Que troca o respeito pelo escárnio? Que troca a liberdade pela opressão?". 

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