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Cirurgias ortopédicas eram direcionadas a médicos investigados no ES

Cirurgias ortopédicas eram direcionadas a médicos investigados no ES

Mesmo com hospital do SUS na região Sul do Estado, cirurgias eram compradas em hospitais particulares e destinadas a determinados médicos, relata promotor

Publicado em 12 de julho de 2019 às 21:48

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Operação que investiga fraude na Saúde do Sul do Espírito Santo. (Divulgação | MPES)

Cirurgias ortopédicas que podiam ser realizadas em hospital referenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Litoral Sul do Espírito Santo estavam sendo direcionadas para unidades particulares e para determinados médicos. Os mesmos profissionais são alvo de investigação do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Sul).

Denominada de Caduceu, a operação foi realizada nesta sexta-feira (12), com o objetivo de apurar o superfaturamento na compra de cirurgias, fraudes nos processos de aquisição e organização criminosa na área da saúde. Não houve prisões.

Os fatos aconteceram em Presidente Kennedy, onde residiam os dois servidores investigados, mas os mandados de busca e apreensão foram cumpridos ainda na casa de três médicos ortopedistas que residiam em Cachoeiro de Itapemirim e Vargem Alta. Segundo o Ministério Público, das residências dos investigados foram levados computadores e celulares. Não foram divulgados os nomes dos investigados.

De acordo com o promotor de justiça Cleto Vinicius Vieira Pedrollo, havia na Região Sul hospital referenciado pelo SUS onde as cirurgias podiam ser realizadas. "Mas adquiriam as cirurgias nos hospitais particulares e elas eram direcionadas para determinados médicos. A suspeita é de que seriam destinadas aos médicos investigados. Não se procurava outra equipe médica", relatou.

Ele não descarta a possibilidade de envolvimento de outras pessoas na fraude, que teriam gerado "gasto excessivo" aos cofres públicos de Presidente Kennedy, com provável desvio de recursos oriundos dos royalties. Os três médicos investigados atuavam na rede pública e também na iniciativa privada.

INVESTIGAÇÃO APÓS DENÚNCIA

(Divulgação MPES)

A investigação surgiu a partir de uma denúncia e pode ser que o esquema funcione há mais de nove anos. O MP informou que ainda não é possível dizer a quantidade de dinheiro envolvido na fraude.

Também será investigado o possível uso de recursos públicos para favorecer pessoas próximas à gestão municipal, especialmente nas proximidades das eleições municipais de 2016. O material apreendido foi encaminhado para a sede do MP, em Cachoeiro, e ainda será analisado.

Nesta primeira fase da operação, participaram dez policiais do Núcleo de Inteligência do Ministério Público e seis promotores envolvidos na operação que é desenvolvida por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Sul) e da Promotoria de Justiça de Presidente Kennedy, com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES.

O QUE DIZ A PREFEITURA

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A Prefeitura de Presidente Kennedy informou, por meio de nota, que está à disposição para contribuir nas investigações e disponibiliza todas as informações necessárias para que o trabalho do Ministério Público seja realizado em sua plenitude. A atual gestão, que assumiu o Poder Executivo em 9 de maio deste ano, reforça o seu compromisso com a transparência e os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade.

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