Calçadas, praças e até linha férrea. Cada vez mais tem sido comum ver novos pontos onde usuários de drogas principalmente o crack se agrupam, formando as chamadas cracolândias. A situação se tornou um desafio para o poder público, pois, quando um ponto é fechado, essas pessoas migram para outros lugares das cidades, mantendo o vício.
A GAZETA flagrou grupos em alguns desses locais, inclusive, com consumo de drogas à luz do dia. Em Vitória, uma das concentrações fica no bairro da Praia do Suá. Em Vila Velha, mais dependentes estão se concentrando na Praça Agenor Moreira, em Itapoã, e ao redor do Terminal de Vila Velha, no bairro Divino Espírito Santo.
Em Cariacica, é a Ferrovia Centro-Atlântica que preocupa moradores por ter virado uma cracolândia. A linha está desativada e um trecho dela, entre os bairros Santa Fé e Campo Grande, foi tomado por um grupo de usuários de drogas.
Segundo um morador de Cariacica, que prefere não se identificar, o clima de insegurança acaba aumentando em regiões como essas. Aquele lugar está sendo usado para uso e venda de drogas e como casa. Eles tomaram conta e ninguém mais passa por lá, além de deixarem uma sujeira, diz.
A situação já foi alvo de patrulhamento. Fotos enviadas à reportagem por esse morador mostram o momento em que a Polícia Militar faz uma abordagem a um grupo que está na linha férrea, no mês passado.
Comércio
Próximo à área em que a cracolândia foi instalada, em Cariacica, fica a Avenida Expedito Garcia, a mais movimentada comercialmente de Campo Grande. Para o presidente da associação de moradores do bairro, Ceumar Luiz Sepulcri, o mesmo grupo só migrou de um lugar para o outro pois antes alguns ficavam numa área próxima a um supermercado na Expedito Garcia.
Ele ainda afirma que o comércio tem sofrido bastante com a situação. É ruim para a vizinhança, porque eles estão no meio de uma área que é residencial e comercial. A população fica com medo e, para manter o vício, alguns acabam roubando. Então, a criminalidade aumentou, lamenta.
Sepulcri explica que o fato de eles estarem intimidando as pessoas, que evitam passar por ali, isso também está prejudicando o comércio. Segundo ele, o grupo está em um ponto estratégico de entrada e saída de Campo Grande. É uma situação muito complicada, não sabemos mais o que fazer. Eles até saem quando a polícia ou prefeitura vão até lá, mas não é definitivo, reitera.
Autoridades
Em nota, a VLI, empresa que administra a linha férrea, disse que além de um cronograma de manutenção da faixa, são realizadas rondas e ao identificar pessoas no local é solicitada a retirada e, se necessário, a equipe aciona as autoridades responsáveis. Já a prefeitura diz fazer abordagens e oferecer tratamento aos usuários de drogas (veja mais na página 5).
Procurada sobre sua atuação na cracolândia em Cariacica, a Polícia Militar não comentou as abordagens já feitas no local. Informou que faz abordagens com foco em crimes e atos contra a lei, mas que é preciso que haja flagrante, ou não há nada que se possa fazer.
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