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Frota de ônibus: Sindicato e GVBus divergem sobre números na greve

Frota de ônibus: Sindicato e GVBus divergem sobre números na greve

Sindirodoviários garante que colocou 75% da frota na rua. GVBus diz que decisão da Justiça não foi respeitada.

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 03:13

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Terminal de Carapina vazio por contra da greve dos rodoviários nesta segunda-feira (12). (Gustavo Poderoso)

Um número extremamente reduzido de ônibus, em alguns locais, praticamente nulo, foi uma realidade vivida pelos capixabas nesta segunda-feira, na Grande Vitória. Em alguns terminais, os coletivos não saíram e em muitos bairros era nítido que eles não estavam circulando. Apesar disso, o Sindicato dos Rodoviários garantiu que obedeceu a decisão da Justiça e que 75% da frota rodou durante o dia. 

Reforçando a percepção da população, o governo do Estado informou, na manhã desta segunda-feira, que apenas 50 dos 1.500 ônibus estavam circulando. Os números não foram confirmados pelo Sindirodoviários, que oscilou em respostas sobre a frota nas ruas.

O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Lúcio Lima, chegou a afirmar que não era possível saber a quantidade de ônibus que representa os 75% exigidos pela Justiça. 

"Não sabemos e nem somos Mãe Diná para adivinhar 75% de quantos ônibus. Não sabemos quantos coletivos têm na garagem. Encaminhamos ao Governo um pedido perguntando quantos ônibus tem nas garagens e que nos informem o que é 75%", disse.

Ao Gazeta Online, a Ceturb informou que para que seja cumprida a determinação de 75% da frota de ônibus nas ruas, 1.260 veículos deverão rodar nesta terça-feira (13).

Assembleia com rodoviários no Centro de Vitória. (Iara Diniz)

Já durante a Assembleia dos rodoviários, na tarde desta segunda-feira, o advogado do Sindirodoviários, Rafael Burini, garantiu que a liminar foi cumprida. 

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No nosso entendimento, os 75% sempre foi respeitado. Não há descumprimento de decisão judicial. Essa é a realidade que o sindicato visualizou.

Rafael Burini, advogado
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Questionado se o mesmo número de ônibus vistos circulando nesta segunda-feira se repetiriam nos próximos dias, o advogado deixou dúvida. "Pode ser essa realidade de amanhã, pode não ser. Vamos nos reunir para ver se vai haver alguma mudança diante do que foi feito hoje", pontuou. 

GVBus diz que sindicato não cumpriu liminar

O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória - GVBus criticou o descumprimento do Sindirodoviários da ordem judicial que determinava a operação com 75% da frota de ônibus do Sistema Transcol. As empresas afirmaram que esperam que a liminar seja cumprida nesta terça-feira (13) e disse que o número de ônibus que devem circular por garagem já foi informado ao sindicato dos trabalhadores.

Além disso, o GVBus rebateu as afirmações realizadas pelos líderes do movimento grevista, que, segundo a empresa, teria transferido para os trabalhadores do setor a responsabilidade pela greve.

"Tais afirmações são facilmente desmentidas por registros feitos nas ruas e nas garagens, que mostram claramente a ação de representantes do Sindirodoviários impedindo o trabalho dos profissionais que desejam cumprir sua carga horária. Alguns foram retirados de seus postos de trabalho, outros ameaçados e impedidos de sair das garagens. Houve ainda ações de depredação, com veículos danificados ou com pneus esvaziados", disse por meio de nota.

Rodoviários começam a chegar na Praça Oito, no Centro de Vitória, para assembléia marcada às 16h.

Confira a nota na íntegra:

O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória - GVBus repudia o descumprimento por parte do Sindirodoviários da ordem judicial que determinava a operação com 75% da frota de ônibus do Sistema Transcol. As empresas fazem um apelo aos trabalhadores para que coloquem 100% dos ônibus nas ruas, mas espera que pelo menos a determinação da Justiça do Trabalho desta segunda-feira, na mesma porcentagem, seja cumprida. Inclusive, o número de ônibus que devem circular por garagem já foi informado ao sindicato dos trabalhadores.

Além disso, o GVBus rebate as afirmações realizadas pelos líderes do movimento grevista, que transferem para os trabalhadores do setor a responsabilidade pela greve. Tais afirmações são facilmente desmentidas por registros feitos nas ruas e nas garagens, que mostram claramente a ação de representantes do Sindirodoviários impedindo o trabalho dos profissionais que desejam cumprir sua carga horária. Alguns foram retirados de seus postos de trabalho, outros ameaçados e impedidos de sair das garagens. Houve ainda ações de depredação, com veículos danificados ou com pneus esvaziados.

Tais ações mostram total desrespeito à Lei de Greve, à decisão da justiça e, principalmente, para com os trabalhadores que dependem do transporte coletivo, que foram impedidos de exercer seu direito de ir e vir.

O Sindirodoviários alega ainda que o descumprimento da determinação judicial também se deve ao fato de que as empresas não repassaram as escalas de forma adequada e dentro do estipulado pela justiça. Tal alegação é mentirosa, uma vez que a programação feita pelas empresas e repassada para a Ceturb-ES foi para circulação de 100% da frota, com um plano para atendimento dos 75% previstos pela determinação judicial do último sábado.

O GVBus lamenta a postura do Sindirodoviários e reafirma que as empresas se comprometeram com a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) de não realizar demissões e elaboraram um Programa de Qualificação para Cobradores, com o objetivo de realocá-los em outras funções, dentro do próprio sistema. Dessa forma, vagas já foram abertas para formação nas escolas de motoristas, estamos com parceria com o Sest/Senat nesse sentido, e parte dos cobradores estão sendo aproveitados como bilheteiros para comercializar créditos para o Cartão GV.

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