O que pode acontecer em 45 minutos? É quanto dura cada um dos tempos de uma partida de futebol, um voo de Vitória para o Rio de Janeiro ou quanto muitas pessoas ficam presas em congestionamentos na Grande Vitória. Mas 45 minutos também é o tempo médio que separa os casos de acidentes de trabalho no Espírito Santo.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT-ES), de 2012 a 2017 (último dado disponível), foram realizadas 69.939 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) em todo o Estado.
O número que já assusta poderia ser ainda maior, segundo avalia o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo, Valério Soares Heringer, devido aos casos que são subnotificados.
Não bastasse a grande quantidade de acidentes, há também a gravidade das ocorrências. No período analisado (2012- 2017), houve 21.499 afastamentos e 462 mortes notificadas no Estado.
Para o procurador do MPT-ES e titular regional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, Bruno Gomes Borges da Fonseca, os dados escancaram a violação de direitos trabalhistas no país.
Além dos prejuízos físicos, há também os financeiros. Somente no Espírito Santo, desde 2012 já foram 3.803.520 dias com afastamentos previdenciários o equivalente a mais de 10 mil anos. As despesas com o INSS também somam mais de R$ 175 milhões de 2012 a 2017. Os acidentes mais comuns são cortes, fraturas e contusões.
Também há, na análise dos dados, o dia da semana em que os acidentes mais acontecem. O campeão é terça-feira, seguido pela quarta, segunda e quinta.
GÊNERO
Os dados do MPT-ES também apresentam um recorte por gênero. O estudo aponta que 80% dos afastamentos por acidentes são feitos por homens.
Os homens também lideram os afastamentos por doenças 62% contra 28% das mulheres, e afastamentos com outros motivos não identificados 76% contra 24%.
REDUÇÃO
Os dados, extraídos do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, apontam certa redução no número de acidentes do Trabalho no Estado. Porém, isso não significa dizer que tem havido conscientização das empresas, ou dos empregados.
O professor ainda destaca o baixo número de fiscais do MPT-ES.
Tal fato, porém, não diminui a responsabilidade das empresas.
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