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Cascas de uva e palha de café são transformadas em adubo no ES

Cascas de uva e palha de café são transformadas em adubo no ES

Estudos feitos em Santa Teresa mostram o poder da mistura para o crescimento de mudas

Publicado em 7 de julho de 2019 às 23:56

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Uvas. (Pixabay)

Cascas de uva e resíduos do processo de produção de vinho, além da palha de café, estão sendo usados na fabricação de um adubo rico em nutrientes. Pesquisas realizadas em Santa Teresa, na Região Serra do Estado, revelam que esses resíduos orgânicos têm apresentado uma ação poderosa no solo, favorecendo o plantio.

Segundo o estudo, ao aproveitar o que seria jogado fora, os produtores rurais podem economizar até 50% na compra de fertilizantes.

Os testes para conhecer a propriedades dessa mistura têm sido feitos pelo campus do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) no município. Lá foi descoberto que mudas de pepino se desenvolveram melhor ao receberem a mistura natural junto com a adubação industrial do que as plantas que foram tratadas apenas com o composto comercial.

De acordo com Paola Lo Monaco, professora responsável pela pesquisa, o uso desses resíduos na agricultura é uma solução para o produtor. “As duas culturas geram muito resíduo. Quando damos um uso para ele, estamos ajudando o produtor a diminuir o custo de produção e também a dar uma destinação adequada”, comenta a professora.

A proposta de estudar o uso desses materiais surgiu de duas alunas dela. “Primeiro Paola Honorato Salla contou sobre a palha do café gerada na secagem. Depois, Caroline Merlo Meneghelli falou sobre o resíduo que sobra no processo de transformar a uva em suco ou vinho. “Começamos a estudar os casos e vimos que ambos eram muito ricos em nutrientes. Com isso, percebemos o potencial que tinham como substrato para a produção de mudas”, explica.

Diferente da palha do café, o aproveitamento da matéria orgânica residual da vitivinicultura ainda é pouco pesquisado no Brasil. “A uva gera um resíduo úmido em grande quantidade que precisa ser seco. Já a palha do café pode ser usada como sai do secador”, conta. 

Água tratada

Outro projeto na mira da professora, mas que deve começar a ser desenvolvido em agosto deste ano, é o de uso de casca de frutas para tratar água. “O sulfato de alumínio é uma substância utilizada no processo de tratamento de água, como um coagulante químico. Pesquisei algumas frutas que pudessem ter propriedades semelhantes. Vi que a casca de tangerina é muito rica em cálcio e que pode atuar como um coagulador.”

Segundo ela, a pesquisa vai mostrar ou não a efetividade dessa hipótese. Caso sim, deve ser uma opção mais sustentável para o tratamento da água.

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Outro estudo feito pela professora, nesta mesma linha, foi a do uso de duas flores (lírio-do-brejo e helicônia papagaio) para tratar a água gerada na suinocultura em “sistemas alagados construídos” (SACs). Esses reservatórios geralmente são constituídos por brita, servem de suporte para o cultivo de plantas aquáticas e recebem a água a ser tratada. Com essa tecnologia a água ficava mais limpa do que no sistema normal. O trabalho venceu o Prêmio Ecologia 2017, na categoria graduação.

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