A irmã do universitário Fábio Silveira Costa, de 23 anos, assassinado junto com o amigo, Matheus de Oliveira Mauad, 24, em março de 2017, no Bairro Cocal, em Vila Velha, relatou, em entrevista ao Gazeta Online, o alívio da família com o fim das apurações, que apontaram Gláucio Nunes da Silva, 30, como o autor do crime covarde e lamentou o motivo fútil que causou a morte dele.
A universitária Bruna Costa, 29, ressaltou que a família ainda sofre com a perda traumática do jovem e espera por justiça.
Qual o sentimento de vocês com a conclusão desse inquérito?
A gente fica aliviado, pois ele foi preso, concluiu o inquérito, mas esse motivo fútil nos deixa muito mais tristes. Esse rapaz nem conhecia o meu irmão. A polícia falou sobre a motivação, disse que ele era usuário de drogas, estava drogado, essas coisas. Eu acho que como é uma coisa que não teve motivo, acabou demorando mais. Se fosse óbvio a polícia teria terminado mais rápido. Eles não tinham nenhum tipo de envolvimento com nada.
E como está sendo para a família desde a morte do Fábio?
A gente está sobrevivendo a cada dia, não é fácil. A minha mãe está tentando se reerguer e toda vez que assistimos sobre o caso na televisão, ficamos mal, e vem toda aquela situação na cabeça. A gente fica com medo até de andar na rua aqui no bairro, pois está perigoso.
E o que vocês esperam daqui para frente?
Eu espero que ele fique o resto da vida preso. Mas eu sei que isso não será possível, já que a gente sabe como são coisas aqui no Brasil.
ACUSADO DE MATAR UNIVERSITÁRIOS TEM PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, concluiu o inquérito que apurava o crime de homicídio contra os universitários Fábio e Matheus.
As investigações da polícia concluíram que Gláucio Nunes da Silva, conhecido como Miguel, 30 anos, foi o responsável pelo crime. Preso desde o dia 26 de julho deste ano, em cumprimento a um mandado de prisão temporária, ele foi indiciado por duplo homicídio qualificado, motivo fútil e sem possibilidade de defesa das vítimas. Segundo a polícia, Gláucio possui registros criminais por porte ilegal de arma de fogo, posse de drogas para uso pessoal e violência doméstica.
Gláucio foi submetido a quatro interrogatórios durante as investigações, em cada um deles a versão apresentada foi diferente. No primeiro depoimento ele negou envolvimento no crime. Já no segundo informou que falaria apenas em juízo. No terceiro depoimento ele confessou autoria dos crimes e alegou como motivação o fato de estar sob o efeito de entorpecentes, fato que o fez acreditar estar sendo perseguido pelas vítimas. Já no último optou novamente por falar apenas em juízo.
"ERAM JOVENS TRABALHADORES", DIZ DELEGADO
Apesar de ter alegado, em um dos depoimentos, estar sob efeitos de entorpecentes quando cometeu o crime, Gláucio chegou a comentar com algumas pessoas ter cometido o crime por ciúmes de sua companheira, e que uma das vítimas teria passado a mão no cabelo dela durante uma festa que aconteceu na
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No entanto, a namorada do autor confirmou ter participado da festa, mas negou que alguém tenha passado a mão no cabelo dela. Ficou comprovado durante as investigações que somente uma das vítimas esteve na festa, mas pessoas que o acompanhavam no evento negaram que ele tenha passado a mão no cabelo da namorada de Gláucio.
Ambas as vítimas eram estudantes universitários, trabalhavam, praticavam esportes e não tinham envolvimento com drogas. Ou seja, nada que desabonasse a conduta deles, disse o delegado delegado Ricardo Almeida, responsável pela DHPP de Vila Velha.
Após a conclusão do inquérito o indiciado foi denunciado pelo Ministério Público e teve sua prisão preventiva decretada pela Juíza da 4ª Vara Criminal de Vila Velha.
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