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Vidraceiro organizava tradicional corrida de rolimã no Bairro da Penha

Vidraceiro organizava tradicional corrida de rolimã no Bairro da Penha

Emerson chegou a declarar em entrevistas que criou o evento para unir a comunidade e recuperar as brincadeiras de rua

Publicado em 12 de outubro de 2018 às 15:30

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Emerson Reis, organizador do Campeonato de Rolimã, deu entrevista para a TV Gazeta no último dia 16 de setembro. ( Reprodução/TV Gazeta)

O vidraceiro e comerciante Emerson Antônio dos Reis, de 43 anos, que morreu dentro do Hospital das Clínicas, em Vitória, na madrugada desta sexta-feira (12), era muito conhecido no Bairro da Penha, na Capital, por um evento que organizava há anos no bairro: a Rolimã Racing.

A antiga brincadeira de criança virava "coisa séria" em um festival que há dez edições acontece na região. Emerson chegou a declarar em entrevistas que criou o evento para unir a comunidade e recuperar as brincadeiras de rua.

Reunindo carrinhos a todo vapor na ladeira do Bairro da Penha, ao longo dos 700 metros de descida, Emerson Reis, um dos organizadores, já deu entrevistas à reportagem sobre o evento. Na 8ª edição, em 2016, ele falou com carinho do crescimento da prova e disse que a competição serve para mostrar que também existem coisas boas no Bairro da Penha.

"A competição é de categoria única e a idade mínima para correr é 18 anos. Mas a gente tem competidores de todos os tipos, de vários lugares, tem um senhor de 70 anos que todo ano participa. Tudo começou com um grupo de amigos. A primeira edição tinha 10 carrinhos, hoje virou um evento que faz parte das comemorações de aniversário da cidade e ajuda as pessoas a perceberem que também tem coisa bacana no Bairro da Penha, não é só violência", defendeu Emerson, na época.

A disputa é feita em baterias com três pilotos cada, onde dois se classificam e um é eliminado. As provas classificatórias acontecem no sábado e a decisão, com os quatro melhores competidores, é disputada no domingo.

Em 2017, Emerson voltou a falar com a reportagem sobre a competição. Na ocasião, ele contou que seja pela torcida ou pela curiosidade, as calçadas das ruas costumam ficar lotadas durante os torneios, que servem para recuperar as brincadeiras de rua e unir a comunidade.

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É um evento que serve para unir os moradores do bairro, para juntar famílias. Em toda edição a gente revê amigos de infância, então, é diversão pura. Inicialmente resolvemos criar o campeonato para podermos levar as crianças para a rua para elas andarem de carrinho. Antes elas só queriam ficar no computador.

Emerson Reis, em entrevista em 2017
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Já em 2018, a 10ª edição do Rolimã Racing aconteceu no mês de setembro.

FAMÍLIA SEM ENTENDER O QUE ACONTECEU

A irmã do vidraceiro e a sobrinha dele foram ao Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta sexta e conversaram com a reportagem do Gazeta Online. As duas mulheres são comerciantes e donas do bar onde Emerson estava na noite de quinta-feira (11).

Família de homem que morreu no Hospital das Clínicas comparece ao DHPP. ( Vitor Jubini )

Segundo a irmã, ele é conhecido por organizar campeonatos de carrinho de rolimã. A mulher de 40 anos disse que o irmão estava no bar, localizado no Bairro da Penha, em Vitória, até as 3h. Ele passou a noite bebendo, e elas acreditaram que o vidraceiro tinha ido embora para casa.

Por volta das 5h desta sexta, entraram em contato com a esposa do Emerson e comunicaram a morte. Ao chegar ao hospital, a irmã diz que ouviu várias versões sobre o acontecido. Mas a família está achando tudo muito estranho e não sabe o que de fato ocorreu. De acordo com a irmã, Emerson nunca teve um surto, ele tinha pressão alta.

Ela falou ainda que o que a família sabe até agora é que houve um quebra-quebra, ele se machucou e morreu. A irmã e a sobrinha do vidraceiro não conseguiram ver o corpo dele, apenas a o rosto, que tinha um corte na cabeça.

Emerson era casado há mais de 15 anos, deixa quatro filhos e morava atualmente no bairro Santa Martha, na Capital.

VEJA O DEPOIMENTO EMOCIONADO DA IRMÃ

HOSPITAL DAS CLÍNICAS

O Gazeta Online tentou contato com a assessoria de imprensa do hospital, mas ainda não obteve resposta. 

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Com informações de Fábio Linhares, da TV Gazeta, e Elis Carvalho

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