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Droga em presídio: OAB-ES pede suspensão de advogados

Droga em presídio: OAB-ES pede suspensão de advogados

O presidente da OAB-ES, Homero Mafra, diz que "os fatos têm natureza grave e trazem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia"

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 20:03

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Flagrante aconteceu no Complexo Prisional de Viana. (Carlos Alberto Silva)

A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Espírito Santo (OAB-ES) informou nesta quarta-feira (28) que a instituição pediu a suspensão preventiva dos advogados Maycon Costa de Oliveira, suspeito de entregar maconha a detento em um presídio de Viana, e Makerlly Costa Santos, companheira de trabalho do acusado.

Além dos advogados, a mulher de um detento, cliente da dupla, identificada como Laysa Cristina Neves Daud Velozo, de 24 anos, também foi detida.

VEJA NOTA NA ÍNTEGRA

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES) solicitou ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da entidade a suspensão preventiva dos dois advogados presos após entrar com drogas no Centro de Detenção Provisória de Viana II.

No ofício encaminhado ao presidente do TED, George Ellis Kilinsky Abib, o presidente da OAB-ES, Homero Mafra, diz que “Os fatos têm natureza grave e trazem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia”.

DECISÃO DE PRAXE

Em breve conversa com o Gazeta Online por telefone, o presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-ES, que está acompanhando o caso, informou que a decisão de suspensão tomada pelo presidente da ordem é de praxe em situações deste tipo. "O presidente da Ordem comunica ao Tribunal de Ética; ele requereu a suspensão preventiva e, quem vai decidir se suspende ou não, é o tribunal", disse Ricardo Pimentel.

De acordo com ele, o prazo de suspensão máxima é de 90 dias. "Este seria o prazo para apuração do caso. Eles serão submetidos a uma audiência de custódia, onde será decidido se eles vão permanecer presos ou se responderão em liberdade. Aí é o juiz que vai decidir", completou.

INVESTIGAÇÃO

Na última quarta-feira (21), os inspetores penitenciários teriam conseguido a informação de que a entrega do material aconteceria naquela data.

Maycon chegou ao presídio, acompanhado por Laysa, e entrou na sala para começar as conversas com os clientes. Enquanto isso, a mulher ficou do lado de fora, onde estaria escrevendo uma carta para o marido.

O advogado entrou no local, pegou uma carga de 40 buchas de maconha, que estavam dentro de uma sacola pequena, e tentou passar para um preso, por cima do vidro que evita o contato com os detentos.

Porém, Maycon teria ficado nervoso com a situação e, como não conseguiu entregar a droga, tentou se livrar do material, jogando no canto da parede, no chão da sala. Ele seria o único presente no local naquele momento.

Após o advogado sair do parlatório, os inspetores penitenciários, já sabendo da possível tentativa de entrega dos entorpecentes, entraram e acabaram encontrando a sacola.

Os envolvidos na situação foram detidos e encaminhados à 4ª Delegacia Regional. No local, Maycon ligou para a sócia, Makerlly, que foi até a unidade para saber o que estava acontecendo.

Em meio à confecção da ocorrência, o delegado recebeu informações anônimas de que ela teria participado da negociação para entrega da droga, intermediando o contato do cliente, com o detento que receberia o material .

SUSPEITOS NEGAM CRIME

Maycon, Markerlly e Laysa prestaram depoimento e negaram os crimes. O advogado disse que não foi ele quem entrou com a droga no presídio e nem sabe como o entorpecente foi parar ali dentro.

Já a sócia afirmou que nunca intermediou entrega de drogas no presídio e sequer sabia que o colega de trabalho estaria envolvido nisso. A mulher do preso disse que estava no presídio somente para entregar a carta ao marido, que é cliente do advogado.

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Maycon foi autuado por tráfico de drogas. Além disso, ele, Makerlly e Laysa vão responder pelo crime de associação para o tráfico.

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