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Associação não comenta caso de major suspeito de embriaguez ao volante

Associação não comenta caso de major suspeito de embriaguez ao volante

Na madrugada de quinta-feira (20), major se envolveu em acidente em Vitória, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi embora dirigindo o veículo, que pertence ao Estado

Publicado em 22 de junho de 2019 às 23:55

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Avenida Dante Michelini, local onde major da PM se envolveu em acidente. (Fernando Madeira)

Após um major da Polícia Militar, de 43 anos, fugir depois de se envolver em uma batida de carro, na Avenida Dante Michelini, em Jardim da Penha, Vitória, na quinta-feira (20), a Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes) preferiu não comentar sobre o caso por enquanto.

De acordo com o Tenente Coronel Roger de Oliveira Almeida, vice-presidente da Assomes, a Associação não pode comentar sobre o caso no momento porque só tomou conhecimento dos fatos por Whatsapp e matérias jornalísticas. Informado que a reportagem foi realizada com base no registro feito pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), com o depoimento dos policiais que atenderam a ocorrência, o vice-presidente afirmou que só falará sobre o caso quando tiver informações oficiais.

Associação não comenta caso de major suspeito de embriaguez ao volante

A reportagem tentou contato com o dono do Ônix. Todas as ligações deram caixa postal e ele não estava no endereço informado à polícia. Também foi realizado contato com o Major Almir por dois números telefônicos. Um deles dava apenas caixa postal. Já o outro no outro número, após a identificação da reportagem, o atendente disse que era engano. Na casa do major, uma jovem que se identificou como filha dele informou que o militar não estava em casa.

PERGUNTAS NÃO RESPONDIDAS

Por meio de nota, a assessoria da Polícia Militar (PM) informou que “as medidas penais e administrativas referentes ao acidente em questão, e à negativa do militar em submeter-se ao teste de alcoolemia, já estão sendo adotadas”.

A nota também descreveu que a corporação não apoia a conduta do Major Almir Alves Barbosa da Cruz.

“A Polícia Militar do Estado do Espírito Santo e a Casa Militar não coadunam a conduta do oficial e afirmam que irão apurar os fatos e suas circunstâncias de acordo com a legislação vigente e com a imparcialidade que o caso exige”, descreveu a nota.

Indagada se caso não fosse um oficial da PM que tivesse saído do local da batida diante dos policiais sem fazer os devidos exames, se o acusado seria perseguido, diferente do que aconteceu com o major, a PM não respondeu.

A reportagem também fez outros questionamentos, como:

- Oficiais podem ir a qualquer lugar usando o carro oficial?

- Que cargo o major ocupa na Casa Militar?

- O major foi multado?

- Os policiais na ocorrência serão investigados também?

- O major continuará trabalhando normalmente?

- Quem pagará o prejuízo do carro do Estado?

Porém, nenhuma pergunta foi respondida.

Procurada, a Polícia Civil informou que o fato será investigado pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito.

O CASO

Segundo o registro feito pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), o major Almir Alves Barbosa da Cruz guiava a caminhonete Fiat Toro de placas ORG5G39, cor branca, que pertence à Casa Militar do Espírito Santo. Ele seguia pela via no sentido Praia do Canto – Jardim Camburi e colidiu na traseira do veículo modelo Chevrolet Ônix, cor preta, que estava à frente.

Policiais do Batalhão de Trânsito estiveram no local e reportaram ao Comandante de Policiamento da Unidade (CPU) do 1º Batalhão da Polícia Militar que o major aparentava sinais de embriaguez. O CPU do Batalhão de Trânsito foi ao local para averiguar os fatos.

No entanto, o próprio Major entrou em contato telefônico com Centro de Operações Policiais Militares (COPOM) e exigiu que um policial mais antigo acompanhasse a ocorrência do Batalhão de Trânsito, como descreve o registro do Ciodes: "Neste interim, o Major Almir realizou contato com o COPOM, aparentando voz alterada. Objetivando o acompanhamento da ocorrência por oficial mais antigo". Porém, o atendente não conseguiu contato com o Oficial Superior escalado de serviço.

O Ciodes entrou em contato com oficial a frente do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM) e da corregedoria da corporação. A determinação foi de que o Major Almir realizasse o teste do bafômetro e demais orientações da guarnição de Trânsito.

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Contrariando a orientação, o major assumiu a direção da caminhonete e deixou o local. Após essa situação, o condutor do Ônix realizou teste do bafômetro que apontou negativo para a ingestão de álcool. Ele também deixou o local alegando que combinou com o Major Almir de que seria ressarcido dos danos ao carro pelo militar.

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