"Os fatos são extremamente graves, fica claro que houve uma tentativa inicial de tentar abafar o caso, de evitar que os fatos fossem apurados e chegassem ao conhecimento tanto da Corregedoria da Secretaria de Educação (Sedu) quanto da polícia", declarou o deputado Lorenzo Pazolini a respeito das denúncias de assédio contra professores na Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra.
Os professores e a diretora da escola tomaram conhecimento dos casos de assédio no dia 19 de junho, quando as cartas de denúncia, escritas pelas estudantes, foram distribuídas. Até o dia 24 de junho, a escola não teria tomado nenhuma posição, o que fez com que as alunas usassem as redes sociais para denunciar os casos, segundo Pazolini.
SEM ACESSO A DOCUMENTOS
Assim que tomou conhecimento das denúncias, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa foi até a escola para apurar os fatos. De acordo com o deputado Vandinho Leite, a escola dificultou a entrada dos membros da comissão na escola, além de dificultar que eles obtivessem informações sobre as denúncias no local.
Outro fato, que para Vandinho indica que a escola tentou acobertar as denúncias, refere-se a uma reunião feita com a família de uma das vítimas e o corpo docente da escola. De acordo com o depoimento da mãe de uma das vítimas, o professor teria assumido fazer comentários sobre a beleza da aluna e chegou a brincar, algumas vezes, se ele não teria uma chance com ela. Contudo, a declaração não teria sido registrada, na íntegra, na ata da escola.
Orientada pela polícia, a mãe foi até a escola na noite de quinta-feira (27) para solicitar as atas da reunião. Porém, ela teria sido impedir de obter o documento e a Guarda Municipal da Serra foi chamada para retirá-la do local. A Comissão de Educação da Assembleia solicitou oficialmente à Superintendência de Carapina as atas dessa reunião e informações a respeito dos procedimentos adotados para apuração do casso mas até a manhã desta sexta-feira não havia recebido nenhuma resposta.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
O secretário de Educação Vitor de Angelo conversou com a reportagem do Gazeta Online nesta sexta-feira (28) e relatou que refuta categoricamente algumas afirmações de Lorenzo Pazonili.
"Informamos ao deputado que, tão logo que recebemos o pedido em relação aos dados do professor e das alunas, tivemos que analisar o caso, principalmente por se tratar de dados envolvendo menores e a intimidade do servidor. Não poderíamos liberar sem a permissão da Procuradoria Geral do Estado. Ele foi informado sobre isso e estamos aguardando", disse.
Questionado se a secretaria tentou "abafar o caso", de Angelo rebateu e afirmou que não houve nenhuma postura da escola e nem da secretaria no sentido de acobertar informações. "O que houve foi um mal entendido a respeito da formalidade de entrega do documento", relatou.
Já sobre a confusão entre a mãe de uma das vítimas e o corpo docente da escola na noite desta quinta-feira (27), o secretário disse que não estava no Espírito Santo, mas que, pelo que ouviu, a mãe, "compreensivelmente estava exaltada", e a exaltação ocorreu no momento da saída dos alunos da escola. A diretora, então, teria entendido que a situação poderia evoluir para algo mais grave não em relação à mãe, mas pelo fato de ter outras pessoas transitando pelo local.
Na tarde desta sexta-feira (28), a mãe da aluna que diz ter sido vítima do assédio por um dos professores, compareceu à Secretaria de Educação, na Avenida Cezar Hilal, em Vitória, e teve acesso a ata.
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