> >
Procuradores do ES criticam lei de regime de dedicação exclusiva

Procuradores do ES criticam lei de regime de dedicação exclusiva

Embora a medida signifique um adicional de 30% aos salários, entidades alegam que projeto não foi debatido

Publicado em 20 de abril de 2018 às 23:02

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Fachada da PGE: salário de procurador chega a R$ 22 mil no órgão estadual. (Marcos Fernandez - 05/03/2015)

Os procuradores do Estado do Espírito Santo divulgaram nota, nesta sexta-feira (20), criticando a nova legislação aprovada pela Assembleia Legislativa, há duas semanas, que criou o regime de dedicação exclusiva na Procuradoria-Geral do Estado, com a contrapartida do recebimento de um adicional de 30% aos salários. Um outro projeto, que virou lei, criou a mesma possibilidade também para os procuradores da Assembleia e ambos ainda precisam ser regulamentados.

A norma foi aprovada no último dia 5 no Legislativo, já foi sancionada pelo governador Paulo Hartung (PMDB) e recebeu a manifestação negativa dos procuradores, como já registrou o Gazeta Online. Para atuar em regime de dedicação exclusiva e receber o adicional, os procuradores terão que abrir mão da atuação como advogados em escritórios particulares - atividade permitida a eles - e elevar a carga horária semanal de 30 para 40 horas.

A Associação dos Procuradores do Estado do Espírito Santo (Apes) e a Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) afirmaram um inconformismo com o método adotado na elaboração do projeto de lei, aprovado em tempo recorde de 24 horas, sem permitir qualquer debate com a carreira. O debate seria necessário, segundo as entidades, já que "promove sérias alterações na estrutura e no funcionamento da instituição, além de interferir diretamente em prerrogativas relativas ao cargo de procurador".

As associações apontam ainda que a nova lei reduz o valor da hora trabalhada e mantém uma defasagem em relação aos procuradores aposentados, destacando o fato de que o procurador do Espírito Santo "possui a segunda pior remuneração do Brasil em comparação às demais procuradorias estaduais".

Este vídeo pode te interessar

Os 112 procuradores do Estado, segundo o Portal da Transparência, ganham entre R$ 14,6 mil a R$ 22,5 mil brutos. Na Assembleia, os 23 procuradores ganham entre R$ 18,2 mil e R$ 22,4 mil. Com 30%, a variação sobe para entre R$ 18,9 mil e R$ 29,2 mil para os do Executivo, e para R$ 23,6 mil e R$ 29,1 mil para os do Legislativo. Eles também têm direito a honorários, verba paga por quem perde um processo ao advogado da parte vencedora.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais