Um grupo de 80 capixabas está acampado desde o último domingo (06) próximo à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso. Lá, eles se unem ao coro de outros militantes para dar bom dia e boa noite ao petista. Esta segunda-feira (07) marca um mês da prisão do ex-presidente.
Um dos líderes da caravana capixaba é o secretário de mobilização do PT, Perly Cipriano. Ele conta que a rotina no acampamento é bem simples, as pessoas dormem em barracas e a comida é preparada em cozinhas que são fornecidas por simpatizantes do ex-presidente que moram próximos ao local.
A comida é de doações de quem passa pelo acampamento. Nós também trouxemos algumas coisas. Trouxe também três livros meus que foram entregues ao Lula e alguns outros exemplares que vou deixar aqui para serem vendidos. O dinheiro será revertido para o acampamento, diz o petista.
O presidente do partido no Estado, João Coser (PT), também esteve no acampamento, mas ele não viajou de ônibus como os outros membros da caravana. Ele chegou a encontrar o grupo capixaba, mas deixou o acampamento no domingo para participar de agendas no Espírito Santo nesta segunda.
A presença do Espírito Santo aqui é para mostrar apoio ao ex-presidente, que foi um dos maiores do país e o único que defendeu a classe trabalhadora e os mais humildes, disse. Outras duas caravanas capixabas em apoio ao ex-presidente devem acontecer até o final de maio.
INSEGURANÇA APÓS TIROS
Segundo Perly, há uma preocupação com a segurança no local. No último dia 28, os militantes do acampamento foram atacados a tiros, após um homem discutir com integrantes do movimento. Duas pessoas ficaram feridas. Um dos manifestantes foi atingido no pescoço por um dos tiros.
Estamos fazendo panfletagens nas ruas, mas com o cuidado de não entrar em provocação e nem aceitar as provocações que outras pessoas fazem. Até participei de alguns atos aqui em Curitiba e dá para perceber o desconforto de algumas pessoas. Há casas aqui na região que colocam fitas de isolamento, para que não cheguemos perto. Por outro lado, tem casas que colocam cartazes pedindo a liberdade de Lula, conta.
Além de representantes do PT, membros do PCdoB, sindicalistas e estudantes também compõem o grupo capixaba.
VISITAS
Perly ainda criticou a juíza Carolina Lebbos, que negou o pedido para que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e uma comissão de deputados visitassem Lula. Para o petista, a recusa tem fortes indícios de parcialidade por parte da magistrada.
Nem a ditadura militar foi capaz de negar visitas aos presos políticos. Deputados da Comissão de Direitos Humanos foram impedidos, a ex-presidente e até um médico foi barrado. Eu mesmo, quando estive preso em 1979, recebi Lula, que foi prestar solidariedade a mim e a outros companheiros. Para mim, isso é autoritarismo, bradou.
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