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Ex-presidente do Banestes está preso na Papuda

Ex-presidente do Banestes está preso na Papuda

Vasco Cunha Gonçalves é alvo de investigação por fatos referentes ao período em que comandava o BRB (Banco de Brasília)

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 19:31

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Vasco Cunha Gonçalves, quando ainda era presidente do BRB. (Gabriel Jabur/Agência Brasília)

O ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) e ex-presidente do Banestes - ficou no cargo por apenas um dia - Vasco Cunha Gonçalves chegou na terça-feira (29) à noite a Brasília após ser preso, em Vitória, na Operação Circus Maximus.

Ele prestou depoimento à força-tarefa da Operação Greenfield nesta quarta (30) na sede da Superintendência da PF em Brasília. Mas cumpre a prisão preventiva no Complexo Penitenciário da Papuda, localizado em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal.

Vasco Gonçalves é apontado pelo Ministério Público Federal como integrante de uma organização criminosa que agia no BRB. Ainda de acordo com o MP, ele teria recebido vantagens indevidas para facilitar a liberação de verbas por parte do banco. "Pelo menos em três ocasiões (encontro no Rock in Rio, encontro no hotel LSH e encontro no escritório da presidência do BRB), Vasco Gonçalves atuou diretamente no pedido de propinas."

A investigação não tem relação com o Banestes. Horas após a prisão, o governo Renato Casagrande (PSB), responsável pela indicação de Vasco Gonçalves para comandar o Banco do Estado do Espírito Santo, divulgou que um interino assumiria o posto. Trata-se de Silvio Grillo, que já era diretor de Tecnologia. O banco também enviou um fato relevante, um comunicado ao mercado, informando sobre a renúncia de Gonçalves.

No pedido feito à Justiça Federal, que incluiu prisões temporárias, prisões preventivas e mandados de busca, o Ministério Público Federal apontou que o ex-presidente do BRB e do Banestes fazia parte do esquema, mas não era o líder. Apesar de, administrativamente, ser hierarquicamente superior a outros citados, ele foi indicado à presidência graças à influência de Ricardo Leal, que integrava o Conselho Administrativo do banco e havia sido tesoureiro de campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB), ex-governador do DF. Leal, ainda de acordo com o MPF, era o líder.

A Circus Maximus é um desdobramento da Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão, abastecidos com recursos de servidores públicos e que devem garantir a eles uma aposentadoria complementar.

CUNHADO

Entre os citados pelo MPF e contra o qual foi expedido mandado de prisão, está também um cunhado de Vasco Gonçalves, Marco Aurélio Monteiro de Castro, ex-diretor de Risco e Controladoria do BRB. O estatuto do banco até foi alterado para permitir a alocação do parente.

Marco Aurélio era o responsável pela área de compliance do BRB, ou seja, deveria impedir a ocorrência de esquemas, mas de acordo com a acusação, na verdade participava da organização, impedindo que auditorias detectassem as transações suspeitas.

DECISÃO

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Para o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, a prisão preventiva de Vasco Gonçalves é necessária "a fim de que não atrapalhe as investigações nem faça pressão sobre nenhum outro membro do grupo que lhe está hierarquicamente abaixo" e ainda "a fim de recuperar-se os valores perdidos sem sua influência ou demonstração de dificuldade".

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