> >
Gilson Daniel é o único inscrito para comandar associação de municípios

Gilson Daniel é o único inscrito para comandar associação de municípios

Palácio Anchieta agiu para garantir que não haveria disputa por comando da Amunes

Publicado em 11 de março de 2019 às 23:41

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Gilson Daniel e prefeitos durante o registro de chapas da Amunes. (Adeyvison Siqueira)

Dois anos depois de ter retirado o nome da disputa pela presidência da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), após um grupo de prefeitos ter migrado para a chapa adversária, por pressão do Palácio Anchieta, no governo Paulo Hartung, o prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos), encabeça a chapa única registrada nesta segunda-feira (11) para o comando da entidade.

Desta vez, costuras do Palácio Anchieta e do governador Renato Casagrande (PSB) também foram determinantes para o fortalecimento do nome dele e para o convencimento em fechar uma chapa de consenso. Esta foi a terceira vez que Gilson Daniel manifestou interesse pelo comando da Amunes. Em 2015, desistiu de concorrer para apoiar a chapa de consenso de Dalton Perim (MDB).

Em janeiro, Gilson esteve à frente de uma comissão formada entre governo e prefeitos para tratar sobre a devolução de recursos de convênios assinados com a gestão anterior. Embora a maioria fosse contra devolver as verbas, ele foi favorável desde o primeiro momento e incentivou que os demais atendessem o pedido de Casagrande.

A eleição para oficializar a chapa será no próximo dia 26, e a votação pode ser simbólica. A nova gestão se inicia em 1º de abril.

Na chapa, também estão o prefeito de Nova Venécia, Mário Sérgio Lubiana (PSB), como vice-presidente, e o prefeito de Santa Leopoldina, Vavá Coutinho (PRP), como secretário. Estes chegaram a ensaiar candidatura, mas nas últimas semanas fecharam na composição de Gilson. Outro membro da chapa já definido é o prefeito de Mucurici, Osvaldo de Oliveira (PDT), no cargo de tesoureiro.

Com o registro da chapa única, saem do páreo, de fato, o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), e o prefeito de Ibatiba, Luciano Pingo (MDB), que também manifestaram interesse pela presidência da entidade, mas não se lançaram. O atual presidente, Guerino Zanon (MDB), não tentou a reeleição.

O prefeito Luciano Pingo confirma ter conversado com Casagrande. "Após estar com ele, compreendi que manter a Amunes unida, sem embate, seria melhor para os municípios. Gilson estava construindo a candidatura desde a gestão passada. Não estarei em nenhum cargo agora, preferi deixá-los conduzirem, mas estou junto para colaborar com o que precisar".

Gilson Daniel conversou com a reportagem após o registro de sua chapa. Leia a entrevista.

Qual foi a estratégia adotada para se viabilizar?

Desde a eleição de 2017, e também em todo meu mandato, mantive diálogo permanente com os prefeitos das cidades, pela experiência que fui ganhando, e que já tinha desde antes, pois atuei em consultorias em contabilidade pública para os prefeitos. Mesmo não conseguindo disputar, há dois anos, continuei a relação, mostrando interesse em contribuir com a associação, já tinha um planejamento. Também fiz um diálogo com os outros que tinham se colocado como candidatos, e eles abriram mão, como o Lubiana, Pingo e Vavá. Audifax é um amigo pessoal, e ele havia me falado que se eu fosse o candidato, ele não participaria. Tivemos o apoio do governador, que nos ajudou muito, e os próprios prefeitos reconheceram.

O apoio do governador foi mesmo determinante?

Nosso interesse não era em disputa, era que a associação realmente representasse aquilo que foi criada, a união dos prefeitos. Eu já tinha um ciclo de apoio grande, e houve uma junção deles, com os pré-candidatos que já estavam colocados. O governador não se meteu na eleição da Amunes, mas fez um diálogo com os prefeitos no sentido de estarmos unidos, esta foi a intervenção dele.

Mas ele poderia apoiar uma chapa de união, mas com outro nome...

Ele apoiou e falou que eu seria o nome para representar o consenso. E foi o que aconteceu. Não foi algo incisivo. E a participação dele também será muito importante para a gestão da Amunes, pois nossas pautas dependem do governo. A função da Amunes é de auxílio aos municípios. Se ela tem divisão, confusão, não é bom. Se temos os prefeitos unidos, temos mais força para avançar nas políticas públicas que vão levar benefícios para suas cidades.

Na eleição passada, após sua tentativa de disputa com Guerino, a associação ficou dividida?

Não falo em divisão. Nesses dois anos, a associação ficou sem ação, não houve um movimento para convencer que os prefeitos pudessem participar efetivamente da gestão. Não foi nem questão de racha, foi que não teve pauta.

Quais são suas metas?

Este vídeo pode te interessar

Temos um planejamento com várias ações, voltados para a melhoria de questões municipais. Vamos trabalhar as compras governamentais conjuntas, através de consórcio públicos, que podem ser mais eficientes, e com melhor custo. Também vamos buscar a captação de recursos, auxiliando-os na relação com a bancada federal, trabalhando os editais nacionais. Estaremos de forma organizada para elaborar projetos para captar recursos. Muitos municípios pequenos tem a demanda, mas falta o projeto. Vamos dar esse auxílio. Trabalharemos fortemente na capacitação das áreas técnicas dos municípios, para melhorar as prestações de contas, relação com o Tribunal de Contas. E também manter uma boa relação institucional com todos os poderes.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais