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Advogado critica Lava Jato e ouve que 'defende bandidos' em Vitória

Advogado critica Lava Jato e ouve que "defende bandidos" em Vitória

Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defende mais de 10 réus da Lava Jato. Ele fez palestra para advogados em Vitória

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 05:46

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Kakay em palestra para advogados, em Vitória . (Eduardo Caliman/digulcação)

Em palestra para mais de uma centena de advogados nesta sexta-feira, em Vitória, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende mais de 10 réus da Lava Jato, criticou enfaticamente a forma de condução da operação e a relação entre os membros da força-tarefa. Entretanto, após a fala, um homem que estava na plateia reagiu, dizendo que ele "defendia bandidos".

"Não admito que juiz algum, ou procurador, queira dizer que combate a corrupção mais do que eu. Mas hoje vivemos a democracia de alguns", afirmou no evento da Semana da Advocacia, organizado pela Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES).

Ao tocar no assunto, no entanto, um dos homens da plateia se indignou, e o criticou, para toda a plateia. "O senhor não está defendendo a democracia brasileira, está defendendo os bandidos", gritou.

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Kakay é um conhecido criminalista, notório pela prestação de serviços advocatícios a políticos, empresários e celebridades. Em sua lista de clientes, já estiveram nomes como os ex-presidentes José Sarney e Itamar Franco,  Edison Lobão (PMDB-MA), Roseana Sarney (PMDB-MA), Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR),  o publicitário Duda Mendonça, a atriz Carolina Dieckmann e o cantor Roberto Carlos.

VAIAS E APLAUSOS

O advogado foi vaiado por toda a plateia, que aplaudiu Kakay. Ele rebateu o homem.

"Esses senhores estão sendo vozes solitárias. É bom que estamos vendo que hoje essa voz seja uma voz perdida na multidão. São canalhas que ganharam no voto e que agora tem que governar. Os idiotas são muitos, e eles perderam a modéstia", declarou, sob aplausos.

No fim do evento, em entrevista ao Gazeta Online, Kakay afirmou que foi a primeira vez que recebeu este tipo de abordagem em palestras. 

"Há quatro anos que eu corro o país fazendo palestras, 2, 3 vezes por mês, e é a primeira vez que vi uma pessoa levantar-se e se manifestar. Isso reflete quem são essas pessoas, são pessoas que gritam, mas não tem conteúdo, gritam pois não sabem conversar. Quem foge do debate é porque não tem o que falar. Eu não sou dono da verdade, vim aqui para propor um debate. Talvez esse cidadão seja a cara do presidente da República, do ministro Sergio Moro. Então é bom que eu esteja do outro lado. Isso é fruto desse momento que o país está dividido. Temos um presidente que tem dificuldade de entender a dimensão de seu cargo, é um homem que age de forma agressiva, indelicada. Mas ele não mentiu quando fez a campanha dele, e evidentemente ele dividiu o país", disse.

Kakay também classificou o pacote anticrime, do ministro da Justiça, Sergio Moro, como punitivista e de encarceramento. "O Ministro da justiça tinha o poder da caneta, hoje tem que ter o poder do argumento. É um projeto mal escrito, que beira o autoritarismo", afirmou.

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