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Pastora chora o tempo todo em audiência, diz sargento dos bombeiros

Pastora chora o tempo todo em audiência, diz sargento dos bombeiros

Paulo Roberto explicou que falou sobre o trabalho dos bombeiros durante o dia do incêndio

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 15:35

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Juliana e Georgeval foram transportados no mesmo carro, mas não tiveram contato um com o outro. (Brunela Alves)

O sargento Paulo Roberto, que coordenou a equipe de bombeiros no dia do incêndio que matou Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos, e Joaquim Salles Alves, de 3 anos, disse que a mãe das crianças está chorando muito durante a audiência de instrução no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, no bairro Três Barras, em Linhares.

O sargento falou por cerca de 40 minutos e declarou não ter visto Georgeval Alves, acusado pelas mortes das crianças, durante a audiência pela manhã, apenas Juliana Salles. “Ela chora o tempo todo. Não fala nada”, declarou o sargento.

Paulo Roberto explicou que contou sobre o trabalho dos bombeiros durante a noite do incêndio, mas que não há novidades. Ele foi o segundo a depor. “Foram alguns esclarecimentos ao juiz, nada muito diferente do que está na ocorrência. Era para comparação de fatos antigos e para checar se tem novidades, saber como a equipe atuou. Mas não tem novidades".

PAIS DE JULIANA

O sargento declarou ainda que o pai e a mãe de Juliana estão na audiência para serem ouvidos. O pai de Juliana está cuidado do filho mais novo do casal. Paulo Roberto calculou que estão presentes na audiência entre 15 e 18 pessoas. 

Segundo o sargento, a mãe de Juliana declarou ao juiz que os bombeiros demoraram a chegar no local. Porém uma testemunha que ligou para o Corpo de Bombeiros quando viu o incêndio disse que a corporação não demorou nem três minutos para chegar e combater o fogo, desmentindo a versão da mãe.

Juliana e George chegam juntos. (Brunela Alves)

Os pastores Georgeval Alves Gonçalves e Juliana Pereira Salles Alves chegaram juntos, por volta das 8h30, à audiência de instrução e julgamento marcada pela Justiça para esta terça-feira (23), em Linhares, região Norte do Estado. A sessão acontece no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, no bairro Três Barras.

Juliana e o Georgeval chegaram ao local em uma van do sistema penitenciário. Mas um compartimento separava os dois dentro do veículo. Primeiro ele desceu do carro. Em seguida, foi a vez de Juliana. 

É a primeira vez que o casal fica tão perto após ser acusado pelas mortes de Joaquim Salles Alves, de 3 anos, e Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos. George é pai de Joaquim e padrasto de Kauã. Juliana é mãe dos dois meninos, que morreram na madrugada do dia 21 de abril deste ano na casa onde moravam com a mãe e o pastor, no Centro do município. Assista ao vídeo abaixo:

ESQUEMA DE SEGURANÇA

Um forte esquema de segurança foi preparado para receber os réus. O capitão Nunes, do 12º Batalhão da Polícia Militar em Linhares, informou que 15 militares da Força Tática farão a segurança na área externa do fórum e três policiais da reserva foram requisitados pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJES) para ficar na área interna.

ADVOGADOS DO CASAL 

Os representantes do casal também estão no fórum. Na entrada, a advogada Milena Freire disse que não iria comentar nada antes da audiência e que tem uma expectativa muito grande para o dia de hoje. Quando questionada se sabia se o casal viria para o fórum, ela disse que os dois não tinham escolha, pois foram requisitados pela Justiça.

CLEMILDA PARTICIPA DE PROTESTO

A mãe da menina Thayná, a vendedora Clemilda de Jesus, foi até Linhares para participar de um protesto em frente ao fórum junto com a família paterna do menino Kauã. Veja a entrevista dela no vídeo:

PRIMEIRA AUDIÊNCIA 

A primeira audiência do caso aconteceu no dia 10 de outubro, na 1ª Vara Criminal de Vitória, onde foram ouvidos o pai de Kauã, Rainy Butkovsky, a avó paterna do menino, Marlúcia Butkovsky, peritos e investigadores do caso.

MUDANÇA DE PROMOTOR

A promotora Rachel Tannenbaum, da 2ª Promotoria Criminal de Linhares, que conduziu as investigações finais que levaram à denúncia e a prisão da pastora Juliana Salles, informou à reportagem que não está mais a frente do caso e um novo promotor já foi designado.

PRISÃO

Georgeval Alves, conhecido como pastor George, está preso desde o dia 28 de abril, acusado de estuprar e agredir o enteado Kauã e o filho Joaquim e depois ter colocado fogo nas crianças ainda vivas. Ele está no Centro de Detenção Provisória de Viana II, na Grande Vitória.

Já a pastora Juliana Salles foi presa em Teófilo Otoni, Minas Gerais, em 19 de junho, após denúncia do Ministério Público de conduta omissiva que culminou na morte das crianças. Ela foi transferida do presídio de Teófilo Otoni no dia 14 de julho para o Centro Prisional Feminino de Cariacica.

QUEM PODE PARTICIPAR

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Como o processo está em segredo de Justiça, a audiência não será aberta ao público.

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