> >
Laudo aponta asfixia como causa da morte de vidraceiro em hospital

Laudo aponta asfixia como causa da morte de vidraceiro em hospital

Emerson Antônio dos Reis teria pulado da janela do hospital. Laudo indica outra motivo para a causa da morte

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 02:14

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Emerson Antônio dos Reis morreu no Hucam. (Reprodução/Facebook)

O laudo cadavérico do vidraceiro Emerson Antônio dos Reis, de 43 anos, que morreu dentro do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória, apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica. Para o advogado da família do vidraceiro, o exame é prova material de que Emerson foi assassinado. A vítima era muito conhecida dentro da comunidade do Bairro da Penha, em Vitória, onde realizava diversas ações sociais e esportiva.

Na madrugada do dia 12 de outubro de 2018, o vidraceiro teria tido um surto após usar drogas e ingerir bebidas alcoólicas, onde teria invadido o hospital. Na época, investigadores da Polícia Civil informaram que Emerson teria gritado que estava sendo perseguido e chegou a exigir a arma de um vigilante armado. Ao ser ameaçado de ir preso, o vidraceiro correu em direção ao prédio de dermatologia, que estava trancado naquele horário.

Na versão dada por um vigilante, Emerson teria tentado quebrar o vidro da porta. Como não conseguiu, retirou o vidro sem quebrá-lo, mesmo estando sob o efeito de um suposto surto.

Ele teria entrado no local e se jogado de cabeça de uma janela, caindo sobre um banco, segundo o relato inicial apresentado pelos seguranças ao plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os seguranças o levaram para o ponto-socorro da área, mas Emerson já deu entrada morto.

No dia da morte, familiares de Emerson contestaram a versão dada pelo hospital, afirmando que não acreditavam que o vidraceiro havia se jogado da janela. No laudo cadavérico de Emerson, os peritos apontam a causa da morte como “asfixia mecânica por compressão extrínseca de vias aéreas”.

“Para nós se trata de um homicídio. As narrativas apresentadas pelos vigilantes são contraditórias e o laudo é claro que houve asfixia, ou seja, a sufocação direta que o levou ao óbito. Um mata-leão, por exemplo,  pode provocar isso”, explicou o advogado Romerito Oliveira, que acompanha o caso a pedido da família de Emerson.

Oliveira pontua que isso também anula a possibilidade de que Emerson teria morrido devido à hemorragia ao, supostamente, se jogar da janela, como um dos quatro vigilantes afirmou em depoimento. O advogado levantou outros questionamentos.

“Como alguém que está em surto vai ter habilidade, paciência e destreza para deslocar, sem qualquer ferramenta, o vidro de uma porta e deixá-lo intacto? Como quatro vigilantes vão assistir passivamente um homem desmontar uma porta e não vão agiar? São questões contraditórias que precisam de respostas”, afirmou o advogado.

LESÕES PELO CORPO

O advogado Romerito Oliveira afirmou que também o laudo apontou a existência de lesões no corpo de Emerson. “Há lesões na coxa, mão, peito, e teve hemorragia nos dois olhos. Se a lesão nos olhos tivesse ocorrido antes de entrar no hospital, ele não teria condições nem de enxergar para chegar até lá. Percebemos que as versões são bem contraditórias”, observou Romerito.

INVESTIGAÇÕES

Por meio de nota à imprensa, a Polícia Civil informou que até o momento nenhum suspeito foi detido por envolvimento neste caso. A nota dizia ainda que o caso está sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, na responsabilidade do delegado Janderson Lube, e que só serão divulgas informações após a conclusão do Inquérito Policial.

“Aguardamos a  conclusão do inquérito pois acreditamos que a investigação vai trazer a elucidação dos fatos.  O que precisamos, agora, é que se chegue aos autores. A dor está muito presente na família pois Emerson era um ‘paizão’ na família e também na comunidade. A Justiça sendo feita, as verdades sendo trazidas à luz, traz conforto para todos”, observou o advogado.

Este vídeo pode te interessar

Já o Hucam informou, por meio de nota, que foi aberta sindicância interna para apurar os fatos.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais