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PM que comprou arma de coronel preso no Rio é réu por homicídio

PM que comprou arma de coronel preso no Rio é réu por homicídio

Dono do clube de tiro Guerreiros responde a processo por homicídio na Justiça comum, com outros dois policiais

Publicado em 27 de abril de 2019 às 20:32

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Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas. (Fernando Madeira | GZ)

O cabo da Polícia Militar e sócio da empresa Guerreiros, Marcos Antônio Loureiro de Souza, investigado por receber armas desviadas de um setor de fiscalização do Exército do Rio, é réu por homicídio. O processo, de 2014, foi movido pela Corregedoria da PM e também tem como alvo um soldado e um subtenente da polícia capixaba.

Não há qualquer evidência de relação entre este processo criminal, iniciado há quase cinco anos, e a negociação do armamento, realizada entre 2017 e 2018, sob investigação do Exército.

Apenas três dias antes de o Exército realizar uma ação na unidade da Guerreiros em Vila Velha, Marcos esteve diante de uma juíza para o início da audiência de instrução desse processo. No entanto, as oitivas não ocorreram porque algumas testemunhas não foram intimadas ou não puderam comparecer.

O cabo está de licença médica. Como o Gazeta Online antecipou na sexta-feira (26), ele acumula mais de 800 dias de afastamento, desde fevereiro de 2017.

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

A ação penal é resultado de um inquérito policial militar, elaborado no âmbito da Corregedoria. O caso tramitava na Vara de Auditoria Militar de Vitória. Mas, por decisão do juiz Getulio Marcos Pereira Neves, de março de 2016, foi remetido para a 3ª Vara Criminal da Serra, a Vara da comarca específica para o tribunal do júri.

Os três policiais tornaram-se réus em novembro de 2016, quando a juíza Daniela Pellegrino de Freitas Nemer recebeu a denúncia contra eles oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPES).

"Considerando que os fatos narrados na denúncia caracterizam crime, a punibilidade dos agentes não está prescrita, o Ministério Público possui legitimidade para o seu oferecimento, não sendo esta inepta e existindo justa causa para a acusação, recebo a denúncia", afirmou a magistrada no despacho.

Não há informações públicas sobre características ou circunstâncias do crime atribuído aos três policiais, apenas que trata-se de homicídio.

Os três policiais militares são representados na ação penal pelo advogado Claudius André Mendonça Caballero. Ele preferiu não fazer comentários sobre o processo.

"Não sou advogado dele (Marcos Loureiro) nessa situação que você me descreveu anteriormente (o episódio das armas desviadas). Quanto ao processo que tramita na Vara do júri da Serra, vou me abster de qualquer comentário, tendo em vista que o processo nem se iniciou. A denúncia foi recebida, mas nem teve audiência", afirmou.

A reportagem também tentou contato com Marcos Loureiro, mas o telefone dele está desligado. O irmão do policial, outro sócio de uma das empresas da família, não atendeu as chamadas.

Procurada pela reportagem, a PM informou que sua Corregedoria não tem expediente neste sábado (27), portanto não seria possível checar as informações sobre o processo solicitadas.

SOCIEDADE E NEGÓCIOS

Ao jornal O Globo, o cabo Marcos falou como dono do clube de tiros Guerreiros, que têm unidades em Serra e Vila Velha. Ele se disse enganado pelo tenente-coronel Alexandre de Almeida porque as armas negociadas teriam sido apresentadas como de um colecionador.

De acordo com dados da Junta Comercial do Estado, Marcos Antônio Loureiro de Souza aparece como  "administrador, sócio" da Guerreiros Assessoria e Representações LTDA ME, ao lado de outra pessoa, um gestor em segurança.

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Ao menos formalmente, outras empresas do grupo, como a Guerreiros Comércio de Armas, Prática de Tiro Esportivo e Treinamento Tático LTDA ME e a Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas EIRELI ME, têm familiares do policial como sócios, de acordo com os dados disponíveis na Junta Comercial.

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