Quatro anos depois da estudante Ana Clara Félix Cabral, 19 anos, ter sido assassinada, o ex-militar e na época namorado da jovem, Itamar Rocha Lourenço Junior, enfrentou o banco dos réus nesta quinta-feira e foi condenado a 31 anos de prisão, em regime fechado. O julgamento começou às 9h30 da manhã e aconteceu na 3ª Vara Criminal da Serra.
Itamar foi julgado e condenado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil, com ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime. Na época, ele informou a polícia que havia sido vítima de um assalto e a namorada foi sequestrada. O ex-militar nunca falou sobre o crime.
Ana Clara foi morta com cinco tiros, dentro do carro de Itamar, no dia 5 de fevereiro de 2015. O ex-militar informou à polícia que o veículo havia sido roubado e namorada levada por um grupo de criminosos. Porém, para um amigo próximo, ele contou sobre o crime e disse onde havia jogado o corpo de Ana Clara. Ela foi encontrada morta em uma ribanceira, próximo a Rodovia do Contorno.
Cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa foram ouvidas, entre elas policiais que participaram da ocorrência e investigação do crime, e pessoas próximas ao ex-militar. O júri foi composto por quatro mulheres e três homens.
"TIROS ACIDENTAIS"
Durante o julgamento, Itamar afirmou à juíza que os tiros que mataram Ana Clara foram acidentais. Itamar alegou à magistrada que, durante uma discussão dentro do carro, a vítima teria pegado a arma, que estava ao lado do freio de mão. Para o Júri, o ex-militar disse ainda que, ao tentar tirar a arma da mão da jovem, o revólver disparou e atingiu a vítima.
O CRIME
Ana Clara e Itamar havia acabado de reatar a relação e foram em uma festa em um quiosque na Praia de Camburi, Vitória. Os depoimentos constantes no processo apontam que a relação do casal era conturbada em decorrência do ciúme que o ex-PM nutria pela jovem.
Eles seguiram em direção a Serra, e Ana Clara foi morta dentro do carro de Itamar com cinco tiros, sendo um na cabeça e quatro nas costas. O corpo dela foi jogado em uma ribanceira na Rodovia do Contorno. Após o crime, Itamar notificou a polícia dizendo que ao sair de um motel, em Cariacica, com a namorada, parou para urinar. Ele contou que nesse momento o carro dele, onde Ana Clara estava, foi cercado por criminosos, que teriam sequestrado a estudante.
A versão do então soldado não convenceu a polícia que fazia diligências para tentar localizar o sequestrador. Para um amigo, ele contou onde estava o corpo de Ana Clara e já durante a noite ele levou os policiais até o local. Mas nunca confessou o crime, nem mesmo em depoimentos à Justiça, e nem disse a motivação e dinâmica do assassinato.
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