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Compartilhar coisas no WhatsApp, todo mundo faz, diz Amaro sobre operação da PF

Compartilhar coisas no WhatsApp, todo mundo faz, diz Amaro sobre operação da PF

Deputado afirma que aguarda conclusões da Polícia Federal e nega ter indicado investigado para cargo na Sesport

Publicado em 15 de março de 2018 às 14:24

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O deputado estadual Amaro Neto. (Ricardo Medeiros)

Indicado como candidato com maior intenção de votos ao Senado na suposta pesquisa falsa investigada pela Polícia Federal na Operação Voto Livre, o deputado estadual Amaro Neto (PRB) disse nesta quinta-feira (15) que é a favor do cerco de combate às fake news, mas destacou que a sondagem eleitoral é verdadeira, apesar de ter sido feita somente para consumo interno de um partido. O deputado afirmou que "compartilhar coisas no WhatsApp, todo mundo compartilha", mas ressaltou que aguarda as conclusões da PF. 

“Vários partidos estão fazendo pesquisas, tive acesso a algumas delas e vi o Neucimar Fraga (presidente do PSD) dizendo que a pesquisa é verdadeira. Conheço o instituto que fez. Agora, se isso deveria ser compartilhado ou não, a Polícia Federal é quem vai dizer. Não vou fazer juízo de valor sobre o trabalho deles”, afirmou.

Intimado a depor e apontado como o responsável pela publicação da pesquisa falsa, o ex-assessor especial da Secretaria Estadual de Esportes (Sesport) Evandro Figueiredo fez parte do gabinete de Amaro na Assembleia Legislativa. O deputado, no entanto, diz que conhecia Evandro como uma "figura pública", de movimentos do bairro Jardim Camburi, mas rejeita ter sido o responsável por sua ida para a secretaria estadual.

“Evandro é uma figura pública, fonte de vários veículos da imprensa por sua atuação em Jardim Camburi, mas não fui eu que o coloquei no governo do Estado, que, inclusive, disse não compactuar com esse tipo de prática. Compartilhar coisas no WhatsApp, todo mundo compartilha. Vamos aguardar a investigação e ver o que a Polícia Federal vai apresentar. Se eles estão fechando o cerco às fake news, eu apoio, pois fui vítima disso nas eleições de 2016”, ressaltou Amaro.

Na tarde desta quarta-feira (14), o deputado esteve em Brasília junto ao secretário estadual de Esportes, Roberto Carneiro (Ex-PDT e atualmente no PRB), quando se filiaram ao PRB. Amaro, no entanto, diz que não chegou a comentar com Carneiro sobre a operação da Polícia Federal no Espírito Santo.

No Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (15), Carneiro assina a exoneração de Evandro. Procurada desde esta quarta-feira (14), a Secretaria Estadual de Esportes ainda não se manifestou. Ontem, a superintendente estadual de Comunicação, Andréia Lopes, descartou qualquer ligação do governo com a prática de divulgação de fake news. Ela garantiu que haveria "apuração rigorosa" sobre o fato atribuído ao agora ex-servidor público.

A reportagem também procurou o presidente do PSD, Neucimar Fraga, e aguarda posicionamento.

O QUE DIZIA "PESQUISA" INVESTIGADA

A pesquisa foi publicada no site Capixabão.com com o título: “Paulo Hartung tem a preferência do eleitor da Grande Vitória”. Além de falar em vantagem do atual governador nas intenções de voto, o site também mencionava que Amaro era favorito na corrida ao Senado.

A pesquisa, segundo a publicação, teria sido encomendada pelo PSD, mas não estava registrada por ser uma consulta apenas para consumo interno do partido. 

DENÚNCIA

A investigação começou após a PF receber uma denúncia de uma suposta falsa pesquisa eleitoral de intenção de votos compartilhada pelo WhatsApp.

Durante as investigações, segundo a PF, também foi verificada a divulgação de uma suposta falsa pesquisa eleitoral pelo site Capixabão.com.

OUTRO LADO

Procurado desde esta quarta-feira (14) para comentar a investigação da PF, Evandro Figueiredo disse nesta quinta-feira (15) ao Gazeta Online que não vai se manifestar.

Por meio de nota, o site Capixabão se disse surpreso com a operação da PF: "Nos causa espanto o fato de nosso portal fazer parte de uma investigação de matérias tipo fake news (notícias falsa), sendo que temos uma empresa com CNPJ registrado, endereço fixo e recolhemos nossos impostos. Procuramos sempre divulgar informações baseadas em fatos reais e não especulativos". 

Confira a nota, na íntegra:

Tendo em vista a deflagração da operação Voto Livre realizada pela Polícia Federal, o Portal Capixabão vem a público esclarecer que, tem mais de 12 anos de atuação no ramo do Jornalismo, com mais de um milhão de acessos por mês e sempre pautou a divulgação de suas notícias na boa prática jornalística, com a devida apuração dos fatos, realizada por jornalistas registrados em sua identidade de classe.

Há cerca de dois meses implantamos em nosso portal a coluna Bastidores da Política, com o objetivo de informar nossos leitores com tudo que acontece nos bastidores da política capixaba, de forma independente, imparcial e em tempo real.

Nos causa espanto o fato de nosso portal fazer parte de uma investigação de matérias tipo Fake News (notícias falsa), sendo que temos uma empresa com CNPJ registrado, endereço fixo e recolhemos nossos impostos. Procuramos sempre divulgar informações baseadas em fatos reais e não especulativos.

Reforçamos que acreditamos na carta magna de nosso país, onde está previsto no artigo 5º da Constituição Federal, a liberdade de expressão e a livre manifestação de pensamento. Nos colocamos à disposição de todos, para quaisquer esclarecimentos.

INÉDITO

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A Voto Livre é a primeira operação da PF no combate às fake news e relacionada às eleições deste ano. A operação foi realizada em conjunto com a Polícia Civil do Estado.

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