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A CPI do Pó (de Mico) Preto

No Cordel do Severino da semana, os questionamentos que cercam a CPI do Pó Preto na Assembleia.


Vitor Vogas Colunas

Ele está por toda parte


Nas varandas, nos armários


Quem em Vitória nasce


Conhece-o desde o berçário


A sua casa ele invade


Como se fosse um corsário


Você limpa em vão: à tarde


Ele volta, “amigo” diário


Ele está nos arrabaldes


Nas areias do balneário


Invasor que não vem de Marte


Estão perto os “emissários”



Estou falando, é evidente,


Do famoso pó de minério


Esse pó onipresente


Cuja origem não é mistério


Pó que nos dão de presente


(Um belo presente de grego)


Conhecido vulgarmente


Como o famoso “pó preto”


Que afeta a nossa gente


Deixa a todos no aperto


E precisa, urgentemente,


Diminuir, isto é certo,


Eis que, recentemente,


Da Assembleia veio um acerto:



Não é que, logo ali,


Casa de grande marasmo


Para coletivo pasmo


Instalaram uma CPI!!!


Voltada a investigar


As causas da poluição


E quem sabe mitigar


Um pouco essa maldição


Obrigando os responsáveis


À adoção de medidas


Para a emissão ser reduzida


A níveis mais aceitáveis



O problema todo, no caso,


É que a CPI, desta feita,


Nasce sob a suspeita


De que fará algo raso


Não se tem grande certeza


De que vai querer fustigar


Algumas das grandes empresas


Que precisa investigar



O caso é que a sanha


Do grupo investigador


Pode esbarrar num fator:


As doações de campanha


O grupo nasce viciado


Pois membros do colegiado


Foram em parte financiados 


Por possíveis indiciados


Será que o investigador


Vai mesmo querer pôr a lupa


Ou quem sabe até a culpa


Sobre o próprio doador?



Além disso a indicação


Dos membros foi incoerente


Todos vindos da Comissão


Permanente do Meio Ambiente


Todos muito governistas


Todos muito afinados


Copiando o ditado


E seguindo tudo à risca



O presidente, Favatto,


Garante: “Não tem nada disso!


A CPI, de fato,


Cumprirá o seu compromisso


Todos vocês vão ver:


Faremos o nosso dever”



Vamos ver se, realmente,


A CPI se alavanca


Ou então se, tão-somente,


Se provará chapa-branca



Temos que ver para crer


Na esperança de predominar


O “doa a quem doer”


Sobre o “doe a quem doar”



Na esperança então eu fico


De que a CPI do Pó Preto


Não vire um arremedo


A “CPI do Pó de Mico”

 

 

Em 2015, todas as quartas-feiras, confira aqui um novo Cordel do Severino. 

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