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Dilma e o PM-Dei-Bem
O Cordel do Severino da semana analisa a relação de dependência entre o governo do PT e o seu aliado mais querido e odiado: o PM-Dei-Bem
Na política, existe um ditado:
Ninguém pode governar sozinho
Mas o fato é que alguns aliados
Melhor é não os ter pelo caminho
Que o diga Dilma Rousseff
Que demorou para o perceber
E agora não sabe se a chefe
É mesmo ela ou o PMDB
O Partido do Movimento
Democrático Brasileiro
O mais useiro e vezeiro
Em manter o poder, pelo centro
Confederação de interesses
Sem a mínima sombra de unidade
Mas é de um gigante como esse
Que depende a tal governabilidade
Foi graças a ele que o Lula
Salvou o seu segundo mandato
Pagou-lhes com um cheque pré-datado
E hoje ainda cobram a fatura
Com a sua insaciável gula
E uma sede jamais satisfeita
Bocarra que a Dilma, contrafeita,
Herdou e agora serve com fartura
Partido, entre todos, mais partido
Que ajunta um aglomerado de caciques
Tem líderes tão pouco parecidos
Que nada há que os identifique
Partido que tomou o lugar do DEM
Nos grotões, onde mandam os oligarcas
E agora o coronelismo também
Converteu-se em uma de suas marcas
Abrigando personagens tão escusos
Como o Sarney, o Cunha e o Calheiros
Os interesses podem até ser difusos
O ponto em comum: são interesseiros
Pois bem, foi justamente em suas garras
Que Dilma foi cair, como um joguete
E agora o partido força a barra
Pra aumentar a sua fatia no banquete
Porém é bom que não haja engano:
Foi ela quem escolheu fazer o jogo
Pois conhece bem o poder de fogo
Do PMDB e a sua sede
Com medo de entrar mais pelo cano
Pro seu governo não degringolar
Não vê saída senão rebolar
E à chantagem do partido cede
Dilma sabe que tem o que temer
Sendo Temer o seu maior temor
A turma do seu vice a faz tremer
Eles, sim, podem causar tremor
Na estabilidade da aliança
Pois levam no seu bolso o Congresso
Assim, o sucesso da governança
Depende é do seu próprio sucesso
Afinal, o inimigo-mor’a ao lado
Tem munição para causar pavor
E, tendo o Congresso a seu favor,
Recusa-se a permanecer calado
Se é bom manter os amigos por perto
E os inimigos mais perto ainda
O plano do PT é tão esperto
Como pode revelar-se suicida
Em 2015, toda quarta-feira, confira aqui um novo Cordel do Severino.