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Do "Fora, Dilma!" ao "Fica, Dilma!": visões sobre as manifestações

Nesses dias de manifestações, o Severino conversou com um eleitor desiludido de Dilma, um apoiador da presidente e um adepto do "Fora, Dilma!". Confira o desabafo do primeiro:


Vitor Vogas Colunas

"Foi ela mesma quem mandou o recado
Dizendo-o justamente deste jeito:
Que eu tenho todo o direito
De estar preocupado e irritado
Bem, se até Dilma me dá razão
Em seu discurso televisionado,
Então, achei melhor eu dar vazão
Ao que no peito tinha aprisionado:
Me sinto hoje bem desencantado
Com Dilma, que no início do trajeto
Mandato a duras penas conquistado
Já trai de tal maneira o seu projeto
Mal foi anunciado o resultado
Depois que estava ganha a partida
Passou a adotar certas medidas
Que me deixaram muito revoltado

Na campanha, com bastante astúcia,
Não revelou as nossas avarias
Escondeu que a coisa estava russa
E juntou numa categoria
(Aquela do 'Nem que a vaca tussa!')
O que prometeu que não faria
Mas hoje, quando age e discursa,
Não lembra em nada a Dilma desses dias
Faz tudo o que antes catalogaria
Naquele rol do 'Nem que a vaca tussa!'
Da sua consciência foi expulsa
E até da existência a tal vaquinha
Parece ter apagado, sem mea culpa,
Todas as suas promessas, quem diria...

Hoje, na verdade, o que vejo
É uma presidente pragmática,
Cortando em direitos, sem nenhum pejo,
Enquanto a vaca vai ficando asmática
(Pra ver se a economia desempaca,
Deixa de escorregar no azulejo)
Mas o que tenho visto é a tal da vaca
Seguindo cada vez mais rumo ao brejo

O governo gasta a torto e a direito
Fez um baita rombo orçamentário
E para neste caso dar-se um jeito
Um ajuste fiscal é necessário
O novo ministro da Fazenda
Um fruto da Escola de Chicago
Prescreveu remédio bem amargo
(Liberalismo sob encomenda):
Para equilibrar o orçamento
Baixou um pacote de maldades
Tentando tapar os vazamentos
Espalhando pela casa alguns baldes

O negócio é que o tal pacote
Gerou um grande desassossego
Porque em benefícios prevê cortes
Como no seguro-desemprego
Também corta em pensões por morte
E em verba pra financiamentos
O que leva a questionamentos
E ao retorno do mesmo mote:
Se foi a própria Dilma quem disse
Não o fazer nem que a vaca tossisse...
Arrumem à vaquinha um xarope
Que a pobre já deve morrer de tosse

Antes mesmo que Dilma subisse
De novo aquela rampa do Planalto
Subiram, ao contrário do que disse,
Os juros, elevados para o alto
Subiram, igualmente, alguns preços
Como os da gasolina e da energia
Outros que, na campanha, não esqueço
Ela nunca admitiu que aumentaria
A inflação é outra que escapole
Tem subido como um cometa
Dilma dissera estar sob controle
Porém já muito acima vai da meta

Sobe também o preço do dólar
Perde valor a nossa moeda
Enquanto a economia não decola
Pelo contrário, o PIB está em queda
Mas ali, durante a campanha,
Dilma nunca acusou o golpe
Como numa mágica façanha
A recuperação viria a galope
Por favor, alguém veja se apanha
Para a nossa vaquinha um bom xarope

Dilma me aplicou um belo drible
Quem gosta de futebol me saca
Por isso hoje lhes digo bem firme:
Levei dela o drible da vaca"

 

 

Veja aqui a opinião de um apoiador do "Fora, Dilma!"

 

Veja aqui a opinião de um apoiador da presidente

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