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Erro, não nego. Corrijo quando puder

Se hoje o cenário é desfavorável ao petista, não se pode afirmar que é por inexperiência


Praça Oito

Nitidamente em descenso junto à opinião pública, o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski, abusou da mea-culpa ao explicar aos ouvintes da CBN Vitória, ontem, o que pode estar por trás da sua péssima avaliação, identificada na série “Avaliação da Gestão”. Para tanto, decorou, claro, a cartilha da crise financeira para justificar os atrasos nas obras, mas não exitou em, ao menos, admitir o óbvio: o resultado é muito abaixo do esperado para qualquer gestor em reta final de segundo mandato e interfere nos movimentos eleitorais de 2016.



“É a oportunidade de identificarmos onde erramos (...) Essa percepção é ponto de partida para corrigirmos as coisas”, reconheceu o prefeito, que a um ano e meio de se despedir do cargo é avaliado como ruim ou péssimo por 63,5% das pessoas.



Às expectativas não correspondidas por Deptulski somam-se o entejo geral contra políticos – destacada pelo antipetismo que também o afeta – e a sombra da corrupção. A cidade ainda não digeriu o fato de a esposa do prefeito, Maria Júlia, ter sido denunciada por desvios de verbas quando era a secretária de Assistência Social, em 2013.



Se hoje o cenário é desfavorável ao petista, não se pode afirmar que é por inexperiência. Deptulski colhe louros e reveses da administração municipal há 15 anos. Foi secretário municipal e vice-prefeito de Guerino Balestrassi e, em 2008, promovido a candidato oficial do antecessor, que migrou do PSB para o PSDB. Ocorre que agora parece haver mais reveses do que glórias a serem debitados da conta do prefeito.



A reurbanização da avenida Beira Rio, iniciada por Balestrassi, e que suscitou em alguns colatinenses a esperança de um “Ibirapuera capixaba” está praticamente parada. A obra da ponte Florentino Avidos ficou parada por quase um ano, deu um nó no trânsito da cidade e enfureceu o comércio.



Como se não bastasse, a prefeitura ainda não está livre dos problemas trazidos pelas enxurradas de dezembro de 2013. Centenas de famílias continuam sem casa e áreas de risco não perderam o adjetivo.



A solução de muitos dos problemas depende do governo do Estado, sobre as costas de quem o petista põe boa parte da responsabilidade. Ele avalia que a gestão de Renato Casagrande foi “irresponsável” ao cancelar empenho para a obra na Beira Rio, no ano passado. O motivo seria retaliação ao petista por ele ter apoiado Paulo Hartung na campanha. Agora, aliás, é na “responsabilidade” do novo governador que Deptulski deposita todas as fichas, e não se censura ao dizer que conta com bom amparo de Hartung já no segundo semestre.



Como o prefeito do PT fez questão de dizer ontem, vestirá a camisa do PSDB em 2016 caso Balestrassi, seu amigo de longa data, queira sucedê-lo. Também por isso, Deptulski precisa melhorar sua avaliação caso queira puxar o aliado de volta à prefeitura (e depois manter-se na órbita dela). Caso contrário, sem resultados e sem a simpatia da população, a melhor contribuição que o prefeito terá a oferecer ao amigo será a distância.

 

Cena Política

 

Dias atrás, o secretário de Controle de Transparência do governo, Marcelo Zenkner, contava pelos corredores do Palácio Anchieta uma história, digamos, curiosa: ele integrava o Grupo de Repressão ao Crime Organizado do MPES e foi interrogar o dono do chamado “Bar da Máfia”. O interrogado tomou a liberdade: “Doutor, vem cá, quanto ganha um promotor e um juiz?” Zenkner lhe informou. “Caramba, doutor, isso é o que uns colegas seus gastam em uma noite lá no bar”. Zenkner lhe perguntou como isso era possível. Eis o sarcasmo: “Eu acho que eles são mais sabidos que o senhor”.

 

Voltando às origens

A OAB reclamou faltar servidores na 1ª instância do Judiciário e o presidente do Poder, Sérgio Bizzotto, comunicou providências ao CNJ: encerrou designações gratificadas no TJES e mandou 73 servidores às suas tarefas originárias. Muitas vezes concursados que deveriam trabalhar no interior acabam “agraciados” com funções no tribunal, em Vitória.

Uma coisa é uma coisa


A 1ª Câmara do Tribunal de Contas julgou regulares as contas de 2013 do Fundo Especial do Ministério Público, sob responsabilidade de Eder Pontes. O acórdão foi publicado ontem. No texto do relator Carlos Ranna está sublinhado, no entanto, que o julgamento “não envolve o resultado de eventuais processos de fiscalização, representações e outros expedientes”.

Só lembrando

 

Eder Pontes responde a um processo no TCES devido a suspeitas de irregularidades em três contratos firmados pelo MPES em 2013. Os autos estão na área técnica do tribunal para elaboração de instrução técnica conclusiva. O processo ainda passará pelo Ministério Público de Contas, irá ao relator para formulação de voto e, finalmente, ao plenário.

Calma, deputado

 

O presidente da CPI dos Guinchos, Enivaldo dos Anjos, suspeitou que um espectador da reunião de ontem enviava mensagens para agentes de trânsito que prestariam depoimento. Ordenou que seguranças recolhessem o celular dele. Ao fim da sessão, o deputado desculpou-se: a suspeita não procedia.








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