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Sergio Majeski motivado para disputar o Governo do Estado

Leia a coluna Praça Oito deste domingo (1º)


"Houve um erro por parte da Assembleia de não ter comunicado e de não ter averiguado se a informação constava no documento". Sergio Majeski (PSDB), deputado estadual
"Houve um erro por parte da Assembleia de não ter comunicado e de não ter averiguado se a informação constava no documento". Sergio Majeski (PSDB), deputado estadual
Foto: Reinaldo Carvalho/Ales

O deputado estadual Sergio Majeski leva mais a sério a cada dia a possibilidade de se lançar candidato a governador do Estado em 2018.

“Eu confirmo isso, embora não seja a minha única opção, porque nenhuma possibilidade está descartada, desde a minha reeleição até concorrer ao governo do Estado. Quando falamos principalmente em concorrer ao governo do Estado ou ao Senado, não são decisões individuais nem unilaterais. Dependem de uma infinidade de situações: se você vai ter legenda ou não para isso e também observar a configuração das situações dos partidos no Estado”, afirma o deputado estadual, que se firmou desde 2015 como o principal opositor do governo Paulo Hartung na Assembleia.

Majeski tem consciência de que, caso se decida por concorrer mesmo ao governo, essa fila já está cheia de pretendentes. “Está meio que subentendido que Renato (Casagrande), Rose (de Freitas) e Paulo (Hartung) podem ser candidatos. Estou observando há muito tempo esse cenário. principalmente em função da possibilidade de me candidatar ao Senado ou ao governo do Estado. Tenho ouvido mais que falado. Tenho ouvido dirigentes partidários da Rede, do PPS e do PSB, pessoas não do meio político, pesquisadores, professores, empresários não encalacrados com essa política”, enumera ele, citando as siglas (todas fora da base de Hartung) que o vêm assediando para se filiar e disputar governo ou Senado no ano que vem.

E esse é justamente o primeiro ponto para que a eventual empreitada de Majeski em direção ao Palácio possa se viabilizar: como ele mesmo disse, é preciso não só estar em um partido que lhe garanta legenda e estrutura de campanha, mas garantir todo um conjunto de alianças. Mas ele relativiza, com base no momento político vivido pela sociedade brasileira.

“Você precisa de articulações partidárias, não tenha a menor dúvida. Mas estamos vivendo um outro momento que demanda outro tipo de articulação com a sociedade com outros atores que não esses da atividade político-partidária, dado esse grande desgaste. Talvez a forma de articular uma candidatura seria primeiro você se articular com aquilo que a sociedade está falando e sentindo. Pensando na política tradicional, primeiro eles (dirigentes e candidatos) querem se articular politicamente. Mas, com a sociedade desconfiando de todo mundo, isso faz tanta diferença assim?”

De todo modo, hoje um voo de Majeski ao governo soa mais provável em um partido que não o PSDB. Isso por dois motivos: o primeiro, como ele reconhece, é o fato de o partido colocar como prioridade, não é de hoje, a reeleição do senador Ricardo Ferraço. Uma chapa majoritária com nomes tucanos aos dois cargos seria complicada, inviabilizando de plano as alianças imprescindíveis.

“Não descarto a possibilidade de ficar no PSDB. Mas as coisas não são tão simples assim. Vamos supor que eu fique no PSDB e o partido queira me lançar a governador. Já tem um candidato a senador, que é o Ricardo...”

O segundo e mais importante potencial entrave seria a reprodução, em 2018, da aliança do PSDB com Paulo Hartung construída por César Colnago em 2014. Com relação a esse ponto, a eleição da nova Executiva estadual do PSDB, no dia 11 de novembro, será determinante. É ela quem comandará as articulações eleitorais em nome dos tucanos capixabas. Se Colnago ou um representante dele se eleger presidente, a chance de reedição da aliança torna-se mais plausível – logo, menos plausível uma candidatura de Majeski ao Palácio dentro do ninho –, muito embora o próprio Colnago tenha dito À coluna, na última quarta, que não haverá alinhamento automático com ninguém.

“Acho que isso vai depender muito da formação da próxima Executiva”, reforça Majeski. “Do jeito que está configurado agora, acho muito difícil se concretizar uma candidatura minha ao governo. Agora, com a eleição da próxima Executiva e dependendo de como ela vai ser formada, acho que aí sim existe uma possibilidade e pode ser construída uma outra situação”, completa. Nesse sentido, se o prefeito de Vila Velha, Max Filho, considerado mais independente de Hartung, confirmar candidatura à presidência estadual do PSDB, tem, de antemão, o apoio do deputado. “Com certeza.”

De todo modo, Majeski vai esperar a conclusão da reforma política no Congresso para manter “conversas mais sólidas” com o PSDB e outras siglas. Se ele quiser mesmo ser candidato, um bom exercício seria relembrar e analisar os erros do PSDB e dos líderes da sigla nas últimas duas corridas. Em 2014, Guerino Balestrassi passou a maior parte do período de pré-campanha falando em lançar candidatura, mas o balão de ensaio não deu em nada. Já em 2010, Luiz Paulo peitou a máquina e foi para uma candidatura kamikazi contra Casagrande (então com o apoio de Hartung), mas ficou longe de chegar ao segundo turno.

Agora, é justamente em Luiz Paulo que Majeski encontra um dos principais incentivadores.

 

Entrevista: Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), secretário nacional de Desenvolvimento Urbano

"Acho que Majeski tem credenciais, com certeza"

A bússola do geógrafo Sergio Majeski começa a apontar para o Palácio Anchieta. Último candidato ao governo do Estado pelo PSDB, em 2010, Luiz Paulo diz que enxerga no afilhado político as credenciais para isso.

O senhor acredita que Sergio Majeski possa realmente ser candidato a governador em 2018?

Acho que ele tem credenciais, com certeza. O mandato dele é extremamente qualificado. Embora a imprensa sempre divulgue os conflitos, ele votou com o governo na maior parte dos projetos. O que ele mais se diferencia é em relação ao método de fazer política. Nisso ele realmente é um fato novo da política capixaba, demonstrando que não concorda com o empreguismo e o aparelhamento do Estado. Ele vem sendo lembrado para o governo por isso.

Mas o sr. acha viável a candidatura dele pelo PSDB ou, para concorrer ao Palácio Anchieta, ele necessariamente mudará de partido?

Estou te passando os valores que vejo nele. Não é um despachante de interesses particulares. Não pode ser cooptado por cargos e verbas. Então é um cara que se diferencia no cenário político capixaba. É um cara totalmente diferenciado. E eu tenho muito orgulho, porque fui eu que o trouxe para o PSDB. O que tem de novo na política capixaba é o deputado Sergio Majeski. É um ativo da política capixaba e um ativo do PSDB. O partido tem orgulho dele. Pelo menos a parte do PSDB que se identifica com ele. E eu me incluo nisso.

 

Eleição em Fundão

Procurador efetivo da Assembleia há 22 anos, o candidato João Manoel (DEM), 66, vai se aposentar do cargo qualquer que seja o resultado da eleição a prefeito de Fundão hoje. Por seu trabalho na Casa, ele diz contar com o apoio de mais da metade dos deputados. Mas vai além.

Apoios (ou não)

“O governador (Paulo Hartung) manifestou apoio pessoalmente a mim há 30 dias. César Colnago também”, afirma o candidato. Ele acrescenta ter recebido ligações de Renato Casagrande e da senadora Rose de Freitas, ambos para lhe declarar apoio. “Considero que tenho o apoio do governo e de pretendentes ao governo.” Só para constar: nenhuma dessas informações é confirmada e os quatro líderes citados não participaram diretamente da campanha em Fundão.

Governo neutro

Aliados dos dois candidatos na disputa confirmam: “Não vi nenhum movimento do governo”, diz Luzia Toledo (PMDB). “O governador está neutro, sem preferência”, reitera Bruno Lamas (PSB). Ambos estão com João Manoel. “O governo do Estado não está participando absolutamente em nada”, ecoa Rafael Favatto (PEN), no palanque oposto, do candidato Pretinho (PDT). “O Palácio está acompanhando a distância”, encerra Neucimar Fraga (PSD), também com Pretinho.

Pretinho: neutralidade

Ao contrário de João Manoel, Pretinho considera que Hartung, Rose e Casagrande estão neutros no pleito em Fundão.

Maria Dulce

Adversários de João Manoel afirmam que ele é apoiado pela ex-prefeita Maria Dulce (PMDB), informação não confirmada pelo candidato. Ele também teria o apoio do presidente da Câmara de Fundão e atual prefeito em exercício, Eleazar Lopes (PCdoB). O edil era aliado de Anderson Pedroni (PSD), mas ambos romperam.

Anderson Pedroni

Candidato mais votado na eleição de 2016, Pedroni teve o registro cassado pela Justiça Eleitoral. Agora, aposta tudo na eleição de Pretinho Nunes (PDT), seu vice na chapa de 2016. Pedroni emplacou a companheira, Alexsandra Pedroni (PSD), como vice na chapa de Pretinho.

“Vitória será minha”

Pretinho confirma o apoio de Anderson Pedroni, mas afasta a pecha de laranja. “Se eu vencer, a vitória será minha. Ele é uma grande liderança, uma referência no nosso município, e está me apoiando. Quem terá influência na minha gestão é a esposa dele, que é minha vice. Vou ouvi-lo como vou ouvir outras lideranças do meu grupo”, diz o candidato, dono de uma loja de eletrodomésticos.

Reta final no sacrifício

João Manoel passou mal na última segunda – segundo ele, um “princípio de derrame” –, submeteu-se a uma bateria de exames na quarta e, no dia seguinte, faltou ao comício final de sua campanha. Mostraram uma mensagem sua em um telão, e sua filha falou em seu lugar.

Sem partido?

O jornal “Valor Econômico”, na edição da última sexta, publicou que o governador Paulo Hartung está “sem partido”. Se está, esqueceram-se de avisar o TSE, onde ele continua filiado ao PMDB.

Cena política

Apoiando o candidato Pretinho em Fundão, o subsecretário estadual de Logística, Neucimar Fraga, confirma que, em nível municipal, o principal apoiador da campanha é Anderson Pedroni (do PSD, sigla de Neucimar), que é enfermeiro e motorista de ambulância. “Ele está bem atuante. De dia faz campanha, de noite dirige ambulância”, revela Neucimar.

 

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