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Rose: "Estou disposta a disputar a convenção"

Confira a coluna Praça Oito desta terça-feira, 17 de outubro


Praça Oito
Praça Oito
Foto: Amarildo

Deixando de lado as evasivas sobre seus planos eleitorais para 2018, a senadora Rose de Freitas (PMDB) admite pela primeira vez publicamente: está mesmo disposta a disputar o governo do Estado, mesmo que, para isso, precise antes lutar pela legenda dentro do PMDB. Em entrevista exclusiva para a coluna, concedida nesta segunda-feira (16) à tarde, a senadora garantiu ter disposição para disputar com Paulo Hartung, em convenção partidária, o direito de obter a legenda para concorrer ao Palácio Anchieta, caso o atual governador permaneça no PMDB e queira mesmo tentar a reeleição.

“Olha, eu tenho disposição de disputar a convenção. Eu tenho essa disposição. A democracia pressupõe que seja isso. Se lá na frente ele quiser retornar ao governo e se lá na frente eu for demandada para uma disputa, vamos juntos disputar a convenção do PMDB. Eu estou disposta. A lutar por meu Estado? Sempre. Não gosto de perder para adversidade, para esquecimento, para omissão”, afirma Rose. A declaração foi dada após a inauguração do novo Centro Cirúrgico e da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hucam, em Maruípe, última escala de um tour de entregas feitas pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), em visita ontem à Grande Vitória, intermediada pela própria senadora.

A presença de Barros – com visitas técnicas e entregas também em Viana, Serra e no Hospital Infantil de Vitória – simboliza a estratégia que Rose tem intensificado e que possivelmente alimentará sua eventual plataforma de campanha: articular a vinda de uma fila de ministros de Temer ao Estado, sempre com um “pacote de boas novas”, e assim enfatizar seu trabalho, no Congresso, como viabilizadora de verbas federais para cidades capixabas em áreas como infraestrutura e saúde pública. Nada, segundo Rose, que destoe do direcionamento que ela sempre deu a seus mandatos.

“Não tem nada que eu esteja fazendo agora que eu não tenha feito em todos estes anos. Se você recorrer a agendas do ano passado, vai ver que eu trouxe ministros aqui, inclusive esse mesmo. Isso é trabalho. Eu queria muito que as pessoas acreditassem, porque o padrão da política é: ‘eu faço porque eu quero’. Mas será que não pode ser ‘eu quero fazer porque precisa’? Acho que isso é fundamental.”

Outra parte importante da estratégia preparatória de Rose para 2018 é sua aproximação recém-intensificada com o ex-governador Renato Casagrande (PSB). A senadora confirma a tendência de que ambos estejam juntos num mesmo palanque ou numa mesma aliança no ano que vem. “A tendência é caminharmos juntos, olhando tudo o que o povo está dizendo, prestando atenção naquilo que o Estado vai demandar. Para mim, que estou no mandato, já demanda. Para ele que poderá ir para outro mandato no Senado ou talvez no governo, não sei, demandará muito mais ainda.”

Rose destaca, ainda, “o grande convívio” que teve com Casagrande no Congresso, que os dois têm se falado sobre eleições e que, embora hoje não exista “um pacto” entre eles, poderá de fato haver “uma nova correlação de forças que permita ter uma candidatura nossa, uma candidatura dele”. “Eu sou amiga do Renato há muito tempo. Há muito tempo. Tivemos um grande convívio no Congresso. Acho que ninguém pode fazer política sozinho e muito menos discriminando outras pessoas. Mas não tem, assim, um pacto”, afirma ela.

Se alguma dúvida ainda pairava sobre quais são os planos de Rose, sua entrevista acaba de dissipá-la. A observar, então, a confirmação ou não dessa “nova correlação de forças” e, acima de tudo, se Hartung ficará ou não no PMDB.

Poder paralelo

Em outro contexto, um “desencontro de agendas” seria um detalhe quase insignificante. No contexto da “guerra fria” travada entre Rose de Freitas e Paulo Hartung, ganha outra dimensão. Nesta segunda, na programação da visita de Ricardo Barros à Grande Vitória, enviada pela assessoria da senadora, constava que o ministro da Saúde almoçaria, às 11h30, no Palácio Anchieta, com o governador Paulo Hartung. O almoço não aconteceu.

Versão do ministro

Indagado sobre isso no início da tarde, o ministro deu a sua versão, sem disfarçar certo aborrecimento. “Eu propus uma agenda ao governador. Eu até iria ao Palácio hoje, mas o governador disse que tinha outro compromisso com empresários. Cancelou a minha visita ao Palácio. Mas o secretário de Saúde está aqui representando o governo estadual.”

Tô nem aí

Questionado se o “cancelamento” causou algum constrangimento ou mal-estar, Barros tirou por menos. “Não. Me ajudou, porque estou atrasado e vou conseguir cumprir o meu compromisso no horário.”

Versão de Rose

“Almoço hoje? O ministro ia passar às 10h30 lá. O governador já tinha uma agenda pronta. Mas era o horário que dava. Senão o ministro teria que ir e voltar, e a cidade está congestionada.”

Versão do Palácio

Segundo a assessoria do Palácio, não foi oficialmente agendado encontro algum do governador com o ministro nesta segunda-feira (16).

Faltando serviço?

O prefeito Audifax Barcelos (Rede) liberou todos os coordenadores de unidades de saúde do município para prestigiarem o evento de visita do ministro da Saúde, Ricardo Barros, às obras do Hospital Materno Infantil da Serra.

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