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Secretário Eugênio Ricas vai assumir comando da Lava Jato no país

Secretário estadual de Controle e Transparência confirmou convite feito pelo novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, e deve aceitar


Eugênio Ricas vai assumir o comando da Lava Jato
Eugênio Ricas vai assumir o comando da Lava Jato
Foto: Reprodução/TV Gazeta

O secretário estadual de Controle e Transparência, Eugênio Ricas, acaba de confirmar, em entrevista à coluna Praça Oito, que foi convidado para assumir o comando de todas as operações da Polícia Federal no país, inclusive a Lava Jato. Ele adianta, também, que aceitará o convite. "Seria covardia não aceitar."

O convite a Ricas partiu diretamente do novo diretor-geral da Polícia Federal no país, Fernando Segóvia, nomeado na semana passada pelo presidente Michel Temer (PMDB). Mineiro de Belo Horizonte, mas cedido ao governo do Espírito Santo desde 2013, Ricas será o novo diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal.

Na manhã desta segunda-feira (13), Segóvia virá ao Espírito Santo para conversar pessoalmente com Ricas e com o governador Paulo Hartung, que não deve fazer nenhuma oposição à liberação de Ricas. Mesmo assim, o secretário optou pela cautela.

"Por enquanto só há um convite. Mas minha disposição é de aceitar. O novo diretor-geral virá a Vitória amanhã para conversar comigo e com o governador a fim de acertarmos tudo. Se o governador me liberar, voltarei para a Polícia Federal", afirma o secretário, dizendo-se motivado pelo novo desafio.

"Estou vivendo uma mistura e sentimentos. Gosto muito do Espírito Santo e acredito no trabalho desenvolvido na Secretaria de Controle e Transparência. Mas o desafio me motiva. Sou servidor de carreira da Polícia Federal. Tenho história na instituição. Poder voltar a ela agora, após quatro anos cedido, num momento importante como este e com uma missão tão importante... Seria até covardia não aceitar."

Braço-direito de Segóvia

Eugênio Ricas também comentou as atribuições que ele passará a reunir como próximo diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF: "Realmente, se eu for mesmo nomeado, todas as investigações, operações especiais de combate à corrupção e superintendências estaduais da Polícia Federal estarão subordinadas a mim. É uma enorme responsabilidade".

"Não sou candidato"

O retorno "por cima" de Ricas à Polícia Federal representa o fim de uma especulação que vinha ganhando muita força desde o início deste ano: a de que o secretário de Controle e Transparência poderia se lançar candidato a algum mandato eletivo (possivelmente, deputado federal), em 2018, pelo grupo político de Paulo Hartung. O próprio governador vinha se encarregando de alimentar a especulação, enaltecendo o trabalho do secretário a cada oportunidade, desde a greve da Polícia Militar, em fevereiro, quando Ricas foi um dos secretários que representaram o governo nas negociações com o movimento grevista.

Agora, contudo, o próprio Ricas trata de "arquivar o caso": "Na verdade, apesar das especulações, isso nunca foi um projeto para mim. Agora está descartado. Se eu for de fato nomeado, terei um compromisso com o novo diretor-geral. Ficarei lotado na sede da Polícia Federal, em Brasília. E terei o compromisso de permanecer no cargo enquanto o Segóvia estiver no comando. Ou pelo menos até o fim do atual governo".

Substituto

Na alta cúpula da Polícia Federal, Ricas vai substituir o atual diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Maurício Leite Valeixo. Quanto ao substituto de Ricas à frente da pasta de Controle e Transparência do Estado, o secretário diz ainda não haver uma definição. "Primeiro tenho que conversar com o governador. Se ele me pedir sugestões, tenho nomes em mente, mas prefiro não adiantar antes de falar com ele."

Tropa de Elite

O convite a Ricas foi feito por Segóvia a partir do relacionamento e da experiência profissional anterior de ambos no Maranhão, onde Ricas atuou, entre 2009 e 2011, como braço-direito do então superintendente da instituição naquele Estado. "Quando o Segóvia foi superintendente da Polícia Federal no Maranhão, de 2009 a 2011, ele me chamou para trabalhar com ele. Por dois anos, fui o '02' dele", conta o secretário.

Cena política

A coluna perguntou a Eugênio Ricas, em tom de brincadeira, se esse "02" seria como o desastrado personagem do filme "Tropa de Elite". Inscrito com esse número no curso de formação do Bope, o policial militar de caráter duvidoso é execrado pelo Capitão Nascimento e "pede pra sair" na sequência do treinamento. "(Risos) Não, não...", explica Ricas. "Eu era o número dois na hierarquia da Superintendência do Maranhão. Quando o Fernando Segóvia não estava, eu era o superintendente ." Ah, bom!

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