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Regina Chulam: ela faz arte com o coração


Texto: Benahia Figueiredo

Pintora com poesia.

A artista capixaba Regina Chulam em sua exposição "Caminhos do Coração", na Via Thorey,  reúne telas em carvão, sanguínea e acrílica e a escultura em pedra de recife, ferro e madeira. "A pintura me ensina sobre meu caminho interior. A poesia, a pedra e as obras me fizerem compreender que é preciso trabalhar o meu coração e diminuir os conflitos interiores",diz.
A artista capixaba Regina Chulam em sua exposição "Caminhos do Coração", na Via Thorey, reúne telas em carvão, sanguínea e acrílica e a escultura em pedra de recife, ferro e madeira. "A pintura me ensina sobre meu caminho interior. A poesia, a pedra e as obras me fizerem compreender que é preciso trabalhar o meu coração e diminuir os conflitos interiores",diz.
Foto: Mônica Zorzanelli

O coração é o tema que atualmente martela na mente da artista capixaba

Regina Chulam

, 65 anos. A capixaba apresenta sua exposição “Caminhos do Coração” na Via Thorey, na Praia do Canto, com curadoria do espanhol Adolfo Montejo Navas. Tudo começou ao se deparar com um poema do romancista americano Stephen Crane, “O Coração”. “Li o texto e foi algo muito forte, não saia da minha cabeça”, conta. Foram dois anos de produção em seu ateliê em Aracê, na Região Serrana do Espírito Santo, onde mora desde 2003, após viver 30 anos em Lisboa, Portugal. Na Europa, estudou na The Heatherley School of Fine Art, em Londres, e licenciou-se em pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. “Após a morte do meu pai, vendi meu fusca e fui embora de Vitória. Fui para ficar um mês e fiquei sete anos. Lembro do primeiro dia de aula, algo maravilhoso. Sabia que não queria outra coisa, além da arte”, recorda.

O presente

Regina se orgulha do caminho que percorreu e tudo que conquistou, fruto de muita dedicação. “O artista é um peregrino. Ele precisa mostrar o suas obras e tudo que ele espera é que sua arte mexa com os sentimentos de alguém”, diz. Foi o que aconteceu com Gilberto Chateaubriand, um dos maiores colecionadores de arte do Brasil, em 2011. Durante sua passagem por Vitória, descobriu a artista em uma obra na casa de Ronaldo Barbosa e foi até Aracê conhecer seu trabalho. “O Ronaldo me ligou e perguntou se eu estava sentada. Era o meu aniversário e pensei que ele tinha ligado para me parabenizar. Foi um presente do universo”, recorda. A imagem do colecionador subindo as escadas de sua casa, até hoje arrepiam a arista. “Bati em muitas portas e quando já estava cansada de bater, sem fazer nada, aconteceu”, reflete.

Vida na serra

Em Aracê, onde vive, na antiga propriedade da família que agora conta com a casa, ateliê e uma pequena galeria, Regina leva uma vida tranquila e focada no trabalho, sempre ao lado do seu companheiro, o cachorro Bapoo. “Não gosto de cidades. Lá tenho uma vida afastada. Se ficar na cidade, sempre tenho uma festa, um encontro, isso acaba me atrapalhando nessa viagem introspectiva”, explica. Lá, seu trabalho começa do zero com a montagem do chassi e a preparação da tela até chegar em a textura ideal para o seu trabalho. Além do trabalho, Regina leva uma vida tranquila. “Busco lenha, planto minha horta, acendo fogão a lenha, faço geleias e recebo a vista dos amigos no fim de semana. É uma vida diferente, mas que tem tudo a ver comigo”, conta.

PAPO COM ZZ

1. Não saio de casa sem: cigarro, infelizmente

2. Abro um sorrisão quando: sorrio sempre

3. Viagem dos sonhos: Índia, talvez visite na próxima encarnação

4. Viagem que virou realidade: Tailândia

5. A música: adoro tango

6. O livro: “O Evangelho Segundo Jesus Cristo“, de José Saramago

7. O filme: “Casablanca”, não canso de assistir

8. Festa boa tem: boa música para dançar, amo dançar

9. Moda é: Se sentir confortável com o que veste

10. O lugar do ES: Aracê

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