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'A gente não dorme e não esquece', diz mãe de universitária morta em carro

"A gente não dorme e não esquece", diz mãe de universitária morta em carro

Na manhã desta segunda-feira (27), a mãe da jovem conversou com a reportagem do Gazeta Online sobre a prisão de um dos suspeitos de cometer o crime

Publicado em 27 de maio de 2019 às 13:24

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"É um pesadelo terrível". As cenas vividas no dia 18 de agosto de 2018 não saem da cabeça da Eliana de Oliveira Rodrigues, 41 anos. Ela é mãe da universitária Thais de Oliveira, de 22 anos, morta ao ir buscar um bolo de aniversário em Morada da Barra, Vila Velha, dentro de um carro onde a família estava.

O bolo era para comemorar o aniversário da mãe e da irmã de Thais. As duas, como os outros membros da família, tentam sobreviver à perda. De acordo com informações da polícia, o carro foi confundido com o de uma gangue rival dos autores do crime. 

Nesta segunda-feira (27), a polícia anunciou que prendeu um dos suspeitos de cometer o assassinato, Marco Antônio Rodrigues Galdino, vulgo Neco, um criminoso extremamente perigoso e apontado como responsável por diversos homicídios na região da Grande Terra Vermelha. Outro suspeito já havia sido preso.

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Infelizmente, não sei o que sinto, sabe? A dor ainda é completa. Cada dia que passa é pior. Ele ser preso, infelizmente, é uma coisa que não vai me trazer nada, porque prende hoje e solta amanhã

Eliana de Oliveira Rodrigues, mãe
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Elaine soube da prisão de Neco pela reportagem do Gazeta Online nesta manhã. Ainda muito abalada, ela contou como a família está.

O que a senhora sente ao saber que ele foi preso?

Infelizmente, não sei o que sinto, sabe? A dor ainda é completa. Cada dia que passa é pior. Ele ser preso, infelizmente, é uma coisa que não vai me trazer nada, porque prende hoje e solta amanhã. Eu sei que os policiais estavam integrados para poder fazer o melhor para me ajudar, mas não adianta.

Como está a vida de vocês depois de tudo que aconteceu?

Toda virada. Nem eu sei explicar.

Vocês continuam morando em Vila Velha?

Estou com a minha mãe desde o dia do acontecido.

A sua mãe também estava dentro do carro.

Estava a minha mãe, minha irmã no voltante dirigindo. Minha outra filha do lado esquerdo, eu no meio com a minha sobrinha no colo, de 11 anos, e ela do lado direito.

Os últimos meses.

Trabalhar eu não consigo porque é difícil. Passar perto de onde ela trabalhava, voltar todas as cenas, esperar ela chegar... Tá difícil. Mas tô buscando a Deus para Ele poder me dar forças.

Na época o seu marido estava desempregado. Como ele está?

Ele foi para Baixo Guandu, ele já estava lá. E lá ele está tentando se recuperar.

E a sua outra filha?

Ela está comigo, chocada, transtornada ainda. Esta semana mesmo ela até falou: 'Mãe, acho melhor agora você me levar no psiquiatra porque não estou dormindo mais. Não estou dando conta'. Falei com ela que na hora que ela quisesse eu posso levá-la.

Vocês todas estavam dentro carro. Já consegue tirar aquelas imagens da sua mente?

Não. Isso não sai da cabeça e acho que nunca vai sair. Nunca. Sai nem da minha mãe, nem da minha irmã. Minha irmã também não quis passar por médico. Só tomando remédio, porque eu, como fui na médica, a médica foi e passou para poder dar pra ela também, para tentar amenizar um pouco. A gente não dorme, a gente não esquece. Não tem como esquecer. É um pesadelo terrível.

O carro.

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Ninguém queria nem ver esse carro aqui no quintal mais. De lá mesmo da oficina consertou e já venderam o carro. Não vimos mais o carro, que era da minha irmã.

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