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PM que matou jovem em boate pode ser expulso da corporação

PM que matou jovem em boate pode ser expulso da corporação

Um processo disciplinar será aberto pela corregedoria da Polícia Militar nos próximos dias para avaliar a conduta do militar

Publicado em 18 de agosto de 2018 às 22:27

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Coronel Alessandro Juffo, corregedor da Polícia Militar. (Victor Muniz)

O policial militar Patrick Ramos Guariz, 26 anos, que atirou contra um segurança e matou uma jovem, de 19 anos, na porta de uma boate, na Serra, na madrugada deste sábado (18), pode ser expulso da corporação. Um processo disciplinar será aberto pela corregedoria da Polícia Militar nos próximos dias para avaliar a conduta do militar, que fugiu do local do crime e ainda não se apresentou para dar esclarecimentos à polícia. 

De acordo com o coronel Alessandro Juffo, corregedor da PM, caso o militar não compareça ao trabalho na segunda-feira ( 20), ele poderá ser declarado "desertor da Polícia Militar" e responder por mais um crime.

"Os fatos são gravíssimos e, se ficar comprovado - como todos os indícios estão caminhando para isso - a culpabilidade dele nesse episódio, ele será submetido a um processo disciplinar que poderá vir a resultar no licenciamento da corporação. É a pena máxima aplicada. Se ele não comparecer (ao trabalho) será declarada a ausência dele e, em oito dias, ele será declarado desertor da PM, é um outro crime, que o tornará fugitivo da polícia. Até o momento ele não se apresentou. A Polícia Civil é encarregada da investigação criminal, porque é um crime comum, grave. Aguardamos dele que ele se apresente nos próximos momentos", afirmou.

Juffo fez questão de ressaltar, em coletiva de imprensa na tarde deste sábado (18), que a Polícia Militar não compactua com a postura do militar.

"A Polícia Militar não coaduna com posturas como essa. Exigimos dos nosso policiais absoluta retidão e integridade. A arma que ele usa é para sua defesa própria e da sociedade. A Polícia Militar jamais tolerará que policiais militares sejam agressores da sociedade. Nós estamos aqui para defendê-la. Jamais vamos aceitar uma postura como essa, onde aparentemente, por motivo fútil, o policial perde o seu controle e acaba vitimando uma família que certamente não teve nenhuma culpabilidade nesse episódio", declarou o corregedor.

ENTENDA O CASO

Thalita Carmo, jovem morta por PM, em boate na Serra. (Reprodução/Facebook)

Uma jovem de 19 anos morreu e um segurança ficou ferido ao serem atingidos por disparos feitos por um policial militar, na porta de uma boate, às 4h16, em Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.

Segundo informações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o policial militar, identificado como Patrick Ramos Guariz, 26 anos, saiu da boate após pagar a conta, mas resolveu voltar para o interior do estabelecimento e foi impedido pelo segurança.

Enquanto Patrick discutia para retornar à boate, a jovem Thalita do Carmo Pereira, de 19 anos, se aproximou do segurança para entregar a comanda que havia pagado para também sair da boate. Nesse momento, Patrick abriu fogo contra o segurança.

TIROS EM BOATE DA PRAIA DO CANTO EM 2015

O policial militar Patrick Ramos Guariz, 26 anos, que atirou contra um segurança e matou uma jovem, de 19 anos, na porta de uma boate, na Serra, na madrugada deste sábado (18), responde na Justiça por outra confusão dentro de uma casa noturna. Em dezembro de 2015, o militar deu dois tiros no chão e os estilhaços atingiram seis pessoas dentro de uma boate na Praia do Canto, em Vitória.

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Na ocasião, o militar cumpriu 20 dias de cadeia e voltou a trabalhar. A última audiência do caso, que continua na Justiça, aconteceu em fevereiro de 2018.

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